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Coronel do exército é julgado por tortura e morte de jornalista brasileiro na ditadura militar

Após 40 anos da prisão do jornalista Luiz Eduardo Merlino, torturado e morto nos porões da ditadura militar brasileira, o coronel reformado do exército apontado como responsável por seu assassinato, Carlos Alberto Brilhante Ustra, será julgado, informa o Correio do Brasil.

Nesta quarta-feira, 27 de julho, as testemunhas da ação cível movida contra Ustra pela família de Merlino deverão ser ouvidas em audiência no Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP), segundo a revista Veja. Entre elas está o ex-presidente e atual senador José Sarney, que vai depor em defesa do coronel.

"O momento nos parece mais importante na medida em que, pela primeira vez na Justiça, as pessoas que foram torturadas e que o viram ser torturado vão poder testemunhar", afirma Angela Mendes, historiadora e companheira do jornalista à época da morte, em conversa com a Rede Brasil Atual.

Uma eventual decisão favorável à família Merlino não significa a possibilidade de prisão de Ustra, já que o processo corre no âmbito cível, mas apenas o reconhecimento de seu papel de torturador.

A Agência Estado destacou que a audiência reacende os debates sobre a anistia a agentes do estado brasileiro acusados de violar direitos humanos durante a ditadura militar.

Merlino trabalhou no Jornal da Tarde, na Folha da Tarde e no jornal de esquerda Amanhã e foi militante no Partido Operário Comunista (POC). Pouco antes de sua morte, aos 23 anos, ele também havia aderido à organização de esquerda Quarta Internacional.

Nota do editor: Essa história foi publicada originalmente no blog de jornalismo nas Américas do Centro Knight, o predecessor do LatAm Journalism Review.

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