Diante dos desafios e da crescente violência contra jornalistas na América Latina, dois jornalistas sul-americanos estão promovendo uma Lei Modelo que possa ser aplicada em todo o mundo. Até agora, o Chile é o país que tem feito mais progressos neste sentido. Em 6 de março de 2023, a Comissão de Cultura, Artes e Comunicações […]
Diante do avanço do crime organizado sobre as instituições paraguaias e da impunidade quase total nos casos de jornalistas assassinados, organizações de liberdade de expressão no país apresentarão em abril um projeto de lei que contempla a criação de mecanismos de proteção individual, coletiva e psicossocial para membros da imprensa.
Mais de 200 ameaças e dois assassinatos de jornalistas foram registrados pela Fundação para a Liberdade de Imprensa (FLIP) da Colômbia em 2022. Como parte do Dia do Jornalista no país, em 9 de fevereiro, a FLIP publicou seu relatório anual, que mostra que a violência contra a imprensa não mudou: pouco progresso para uma imprensa atacada por grupos armados e funcionários públicos.
Depois do ano que terminou com o maior número de jornalistas assassinados nos últimos cinco anos, a preocupação e as perguntas tomaram conta das organizações de liberdade de imprensa. Para especialistas, enquanto não houver uma política abrangente voltada para a prevenção, a proteção e a repressão de crimes contra jornalistas, é improvável que a situação mude. Mas também é necessário o apoio da sociedade: é preciso que ela entenda e defenda a liberdade de imprensa como um direito coletivo.
O governo brasileiro anunciou a criação do Observatório Nacional da Violência contra Jornalistas, uma demanda de organizações de defesa da liberdade de imprensa e dos jornalistas. O secretário nacional de Justiça, Augusto de Arruda Botelho, falou à LatAm Journalism Review (LJR) que criação do novo órgão foi motivada pela “escalada de violência” contra jornalistas no país. Disposição do novo governo ao diálogo e à defesa da classe jornalística contrasta com a postura do governo de Jair Bolsonaro, um dos principais instigadores da violência contra a categoria no país.
Pouco mais de um mês após a destituição do presidente Pedro Castillo, a imprensa peruana registrou mais de 70 casos de agressão que incluem espancamentos, insultos e vandalização de equipamentos e instalações por parte de manifestantes, além de ameaças, obstrução de cobertura e até mesmo um ataque com balas de borracha por parte de policiais.
Pelo menos 12 jornalistas foram agredidos fisicamente, roubados ou ameaçados de morte por grupos de bolsonaristas enquanto cobriam os atos terroristas perpetrados por apoiadores do ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro no dia 8 de janeiro em Brasília. Milhares deles invadiram e depredaram o Congresso Nacional, o Palácio do Planalto e o Supremo Tribunal Federal perante a inação dos policiais presentes, que em mais de um caso também se recusaram a ajudar os jornalistas.
Pelo menos seis jornalistas foram vítimas de roubo, intimidação e impedimentos para trabalhar por parte de membros do crime organizado durante a onda de violência desencadeada no dia 5 de janeiro na capital do estado de Sinaloa, após a prisão de Ovidio Guzmán, filho de “El Chapo”.
Vinte e nove jornalistas e comunicadores foram assassinados na América Latina e Caribe em 2022, segundo dados do Comitê para Proteção dos Jornalistas (CPJ) contabilizados até 21 de dezembro. Em relação a 2021, o crescimento é de 163%. México e Haiti lideram o ranking de assassinatos de profissionais de imprensa.
Quinze jornalistas do meio digital El Faro, de El Salvador, entraram com um processo em um tribunal dos Estados Unidos contra a NSO Group, empresa israelense que fabrica o spyware Pegasus. “É preciso criar um precedente para que as empresas que promovem este mercado de espionagem e os clientes que executam este programa saibam que suas ações têm consequências”, disse Julia Gavarrete, uma das jornalistas de El Faro que movem a ação na Justiça dos EUA.