Miguel Ángel Mendoza tornou-se uma fonte de informação incontornável nas redes sociais em 19 de abril de 2018, quando os protestos contra o governo de Daniel Ortega eclodiram na Nicarágua. O trabalho de Mendoza levou as autoridades a o prenderem em 21 de junho de 2021. No último dia 9 de fevereiro, Mendoza esteve entre os 222 presos políticos inesperadamente libertados e deportados para os Estados Unidos após o governo declará-los apátridas.
Após devolver seu esquema de segurança por constatar irregularidades no tratamento de seus dados, a jornalista colombiana Claudia Julieta Duque denuncia ter sofrido pelo menos dois graves incidentes de segurança e o descumprimento por parte do Estado das medidas cautelares outorgadas pela Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH).
Apesar do número relativamente baixo de jornalistas presos na América Latina, o CPJ alertou para uma deterioração preocupante na situação da liberdade de imprensa na região em 2021, ao considerar outros indicadores.
A FLIP, da Colômbia, denunciou que a organização encarregada de proteger a jornalista Claudia Julieta Duque coletou dados sigilosos da repórter por meio do monitoramento detalhado do GPS instalado em seu veículo, fornecido como parte de um esquema de proteção.
Funcionários da prefeitura do Rio atuam de forma organizada para bloquear o trabalho de jornalistas em frente a unidades de saúde. Organizações denunciam atuação sistemática contra a liberdade de imprensa.
A ameaça de violência física do presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, contra um repórter que lhe fez uma pergunta coloca em outro patamar a conflituosa relação que o mandatário mantém com a imprensa desde antes de se tornar presidente. A avaliação é de entidades de defesa da liberdade de imprensa no Brasil.
Vinte anos atrás, os jornalistas não poderiam imaginar a situação atual da imprensa na Venezuela, segundo Luz Mely Reyes, diretora e cofundadora do site Efecto Cocuyo.
Uma juíza colombiana proibiu a jornalista Claudia Julieta Duque de emitir opiniões e fotografias no contexto de um processo judicial contra Emiro Rojas Granados, ex-subdiretor do extinto departamento de inteligência do país, acusado de tortura psicológica contra Duque.
Um jornalista paraguaio do jornal ABC Color foi processado por calúnia e difamação por um senador que, de acordo com o repórter, teria participado de uma tentativa de suborno para interromper a investigação da reportagem.
Desde que o presidente do México, Andres Manuel Lopez Obrador, tornou diárias sua já famosas conferências de imprensa matutinas, jornalistas estão tendo a oportunidade de confrontá-lo sobre as ameaças que recebem eles e sua profissão.
Em menos de quatro dias, dois jornalistas brasileiros receberam ameaças de morte por meio das redes sociais após publicarem reportagens críticas às Forças Armadas do país, do passado e do presente.
"Fazer jornalismo investigativo na América Latina e em outros lugares do mundo tem duas partes: a primeira parte é sobre a própria investigação com todos os seus grandes desafios e a segunda parte, sobre a qual não se fala muito, é a defesa da investigação, e essa é quase tão complexa ou às vezes mais do que a própria investigação", disse o jornalista investigativo peruano Gustavo Gorriti ao Centro Knight.