O texto seguinte é o testemunho de Marcela Turati, da Red de Periodistas de a Pie, uma das responsáveis pela organização do protesto inédito de jornalistas denunciando a violência de que são vítima no México.
O Ministério Público Federal de Mato Grosso denunciou políticos e empresários de Juína, no noroeste do Estado, por sequestro, cárcere privado e constrangimento ilegal de jornalistas e ambientalistas que tentavam produzir um documentário sobre o desmatamento na região e os índios Enawene Nawe, informaram a Folha de S. Paulo e o Greenpeace. Os agressores temiam que eles ajudassem os índios no processo de demarcação de terras ocupadas pelos fazendeiros.
Em uma reunião com proprietários e diretores de meios de comunicação, o presidente Felipe Calderón ofereceu apoio do governo para evitar ameaças aos jornalistas, e propôs cinco recomendações para fortalecer o trabalho da imprensa, informaram El Universal e La Jornada.
El Universal informa que a polícia mexicana anunciou a captura de três integrantes do comando que teria sequestrado vários jornalistas no norte do país semana passada.
A violência do narcotráfico no México causou não apenas a morte de mais de 28 mil pessoas em pouco mais de três anos e meio, mas também uma crise profunda da imprensa local, que tem revelado e acentuado as debilidades crônicas do jornalismo mexicano, admitiram os principais meios de comunicação do país.
Javier Canales e Alejandro Hernández, dois dos quatro jornalistas sequestrados por traficantes de drogas no estado de Durango, foram resgatados no sábado em uma operação policial, informou La Crónica de Hoy. O câmera Héctor Gordoa foi libertado na quinta-feira e, no fim de semana, a imprensa informou que o repórter Óscar Solís também havia sido posto em liberdade na terça-feira.
Héctor Gordoa Márquez, um dos quatro jornalistas sequestrados no dia 26 de julho no estado de Durango, foi libertado nesta quinta-feira pelos sequestradores e chegou "são e salvo" à sede da Televisa, onde trabalha, informaram La Jornada e El Diario.
Aos quatro jornalistas sequestrados na segunda-feira no norte do México, cujo paradeiro é ainda desconhecido, soma-se agora o caso de Ulises González Garcia, levado de casa na quarta-feira por homens armados. Garcia é diretor do semanário La Opinión, na cidade de Jerez, no estado de Zacatecas, também na região norte do país. Presume-se que o objetivo dos criminosos seja pedir dinheiro pelo resgate, afirmou La Jornada.
Dois repórteres e dois câmeras desapareceram na segunda-feira na cidade de Gómez Palacio, no estado mexicano de Durango, enquanto cobriam protestos em um presídio local, cujo diretor foi acusado de libertar presos para que cometessem assassinatos para um cartel de drogas, informou La Jornada.
A organização colombiana Fundação para a Liberdade de Imprensa (FLIP) informou que o fotojornalista, câmera e documentarista Rodolfo Flórez está desaparecido há 20 dias. Ele foi visto pela última vez no porto de Buenaventura. Segundo a EFE, ligações anônimas para familiares ordenaram que não procurassem por Flórez.
Jornalistas, autoridades e chefes de polícia de Chihuahua, no norte do México, um dos estados mais atingidos pela violência no país nos últimos anos, iniciaram discussões para criar o primeiro "protocolo de segurança para jornalistas cobrindo zonas de risco", informaram os sites Devenir e Ahoramismo.
Um novo relatório do Comitê para a Proteção de Jornalistas (CPJ) acusa o governo de promover "um clima de ilegalidade" que já matou nove trabalhadores da imprensa este ano, sete destes em apenas dois meses.