O jornal El Diario de Juárez, para o qual trabalhava o fotógrafo assassinado por pistoleiros na semana passada, publicou um extenso editorial no domingo, 19 de setembro, pedindo trégua aos cartéis do tráfico de drogas, para que encerrem a violência e os ataques a jornalistas, informaram El Universal e a Televisa. Segundo a Veja, El Diario é o jornal mais popular de Ciudad Juárez, na fronteira com os Estados Unidos, e esta é a primeira vez que uma publicação da região publica um editorial diretamente endereçado aos traficantes.
Importantes jornalistas investigativos de toda a América Latina e o Caribe, reunidos nos dias 17 e 18 de setembro durante o 8º Fórum de Austin para o Jornalismo nas Américas, assinaram uma declaração condenando a violência contra jornalistas que ameaça a liberdade de expressão do México ao Cone Sul.
O Ministério Público e a polícia da República Dominicana alertaram o jornalista Esteban Rosario de um plano para assassiná-lo, informou o Diario Libre. Criminosos já teriam inclusive recebido cerca de US$ 25 mil para matar o comunicador.
O fotógrafo Luis Carlos Santiago Orozco, do jornal El Diario de Juárez, foi morto a tiros na quinta-feira, 16 de setembro, no estacionamento de um centro comercial de Ciudad Juárez, marco da violência do tráfico de drogas no México, na fronteira com os Estados Unidos, informou a publicação. Outro fotógrafo que o acompanhava foi ferido no ataque, segundo a agência EFE.
O câmera do canal Televisa Alejandro Hernández Pacheco, um dos quatro comunicadores sequestrados em julho por traficantes de drogas no norte do México, cruzou a fronteira com a esposa e os filhos e pediu asilo político aos Estados Unidos, temendo ser assassinado em seu país, informaram a CNN México e o jornal El Diario.
Associações de jornalistas do México e autoridades de Chihuahua, região na fronteira dos Estados Unidos considerada uma das mais perigosas no mundo para jornalistas por causa da violência relacionada ao tráfico de drogas, assinaram no dia 6 de setembro o primeiro protocolo de segurança para a cobertura de temas considerados de alto risco, informaram o Masnoticias e o Tiempo.
José Raul Arriaga, repórter da rádio Univisión em Porto Rico, foi esfaqueado na madrugada de 7 de setembro, no município de Corozal, informou El Nuevo Día. O jornalista de 37 anos foi levado ao hospital depois de sofrer cerca de 15 facadas, e sua saúde está estável, acrescentou o Primera Hora.
A violência do narcotráfico contra a imprensa mexicana chegou a tal ponto que uma empresa está vendendo coletes à prova de balas no México para proteger os repórteres, informou o Clarín.
A polícia encontrou 27 cápsulas de balas do lado de fora da casa do jornalista Edín Maas Bol, na cidade de Cobán, em Alta Verapaz, região central da Guatemala. A família de repórteres já sofreu outros três atentados, um dos quais resultou na morte do irmão de Maas, informaram a Prensa Libre e o Cobán Noticioso.
Frank La Rue e Catalinta Botero, relatores das Nações Unidas e da Organização dos Estados Americanos para a liberdade de expressão, revelaram as observações preliminares de sua visita conjunta ao México e alertaram que a situação no país é grave, informaram a BBC Mundo e El Universal.