Organizações de liberdade de imprensa estão chamando a atenção para o caso do jornalista independente cubano Serafín Morán Santiago, que foi detido nos Estados Unidos depois de chegar ao país e pedir asilo.
Morán Santiago, de 40 anos, chegou à fronteira EUA-México em 13 de abril e entregou seus documentos ao Departamento de Imigração e Alfândega (ICE, na sigla em inglês), mas foi levado a um centro de detenção no sul do Texas, onde se encontra preso há quatro meses, segundo a FUNDAMEDIOS US, que está dando apoio ao jornalista junto com a Repórteres Sem Fronteiras (RSF).
Uma audiência de fiança foi marcada para o jornalista em 24 de agosto, de acordo com o que María Fernanda Egas, da FUNDAMEDIOS US, disse ao Centro Knight.
Morán Santiago disse que teme por sua vida.
O jornalista disse que as autoridades o tinham como alvo porque ele reportava sobre questões políticas que incluíam a suposta má conduta policial e os direitos humanos, segundo a RSF.
Morán Santiago, que trabalhou para meios de comunicação como Univision 23, Telemundo, Primavera Digital, TVMarti e outros, disse à FUNDAMEDIOS US que perdeu a conta das vezes que foi detido como jornalista.
Autoridades de segurança do Estado cubano supostamente o sequestraram e espancaram em junho de 2016, depois que suas reportagens criticaram ações do governo, informou a RSF. Em setembro de 2017, ele teria sido preso e seus equipamentos teriam sido confiscados quando foi entrevistar um líder de um movimento dissidente socialista, segundo a organização.
De acordo com uma entrevista concedida à FUNDAMEDIOS US, ele disse que mantinha relações com ativistas de direitos humanos antes do início de seu trabalho jornalístico.
Como apontado em uma reportagem anterior do repórter Franco Ordoñez, da McClatchy, Morán provavelmente não precisaria solicitar asilo nos Estados Unidos há dois anos, e teria sua entrada autorizada no âmbito da política anterior de “pés secos, pés molhados” no país.