A Justiça do Equador confirmou decisão anterior que condena um ex-colunista e três diretores do jornal El Universo a três anos de prisão, além do pagamento de uma indenização de 40 milhões de dólares ao presidente do país, Rafael Correa, por calúnia e difamação, informou o próprio diário na terça-feira 20 de setembro.
A sentença havia sido dada em 20 de julho. O presidente abriu um processo contra o ex-colunista Emilio Palacio, hoje refugiado em Miami, e os irmãos Carlos, César Pérez Barriga e Nicolás Pérez Lapentti,, diretores do jornal, após a publicação de um editorial com críticas a Correa.
"A sentença se confirma! Ganhamos!", escreveu o presidente em seu Twitter, ainda no tribunal.
O pagamento da multa poderia levar o jornal à falência. Por isso, o advogado do El Universo anunciou que tentará cancelar o processo, informou o El Espectador.
“Uma ordem de prisão não tirará de nós a liberdade de informar”, dizia a manchete do El Universo na quarta-feira 21 de setembro.
Um dia antes da audiência, o diretor do El Universo, Carlos Pérez, escreveu uma carta para Nicholas Lemann, da Escola de Jornalismo da Universidade de Columbia, nos Estados Unidos, pedindo que ele questione o presidente de Equador durante a visita de Correa à instituição, na sexta-feira 23 de setembro.
“Por favor saiba que Correa não é amigo da imprensa livre, da liberdade de expressão nem das liberdades individuais. Peço que questione o presidente Correa sobre o assunto”, disse Pérez na carta.
Vários usuários do Twitter condenaram a decisão da Justiça do Equador, por meio da hashtag #juicioaElUniverso.
“Estamos diante de uma decisão desproporcional, que busca censurar ou, pelo menos, impor a autocensura a todos os jornalistas e veículos independentes”, criticou a Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP) em comunicado.
A seguir, veja um vídeo do El Universo no qual o presidente Correa anuncia a confirmação da sentença em uma coletiva de imprensa: