Ao contrário do que prometeu o presidente peruano Ollanta Humala durante sua campanha, as condenações de jornalistas à prisão estão aumentando, denunciou a organização Repórteres Sem Fronteiras (RSF) na quinta-feira 5 de janeiro.
Diante dos mais de 25 processos contra jornalistas em 2011, a Associação Nacional de Jornalistas do Peru (ANP) afirmou, em comunicado, que a perseguição judicial se transformou em um forma de intimidar e silenciar os jornalistas independentes. Por conta disso, a RSF se uniu à ANP para exigir a despenalização dos crimes de imprensa no Peru.
Em 2011, três jornalistas peruanos foram assassinados e um locutor de rádio ficou preso durante seis meses por suposta difamação.
O blog Jornalismo nas Américas do Centro Knight também divulgou a condenação à prisão do colunista Luis Torres Montero, do blogueiro José Alejandro Godoy, dos jornalistas Fritz Du Bois e Gressler Ojeda e de Hans Francisco Andrade Chávez.
Atualmente, o jornalista Gastón Darío Medina Sotomayor, repórter da Cadena Sur TV-Canal 15 e da Rádio Nova FM na cidade de Ica, aguarda, para o próximo dia 9 de janeiro, a decisão sobre uma sentença de três de prisão e pagamento de multa, segundo a RSF. O jornalista foi condenado por chamar de “desertora” uma parlamentar local - expressão usada em referência a quem recebeu dinheiro para trocar seu partido pelo Perú 2000.
Recentemente, o diretor do Quincenario Macro Regional Nuevo Confidencial, na província de Chiclayo, foi condenado a um ano de prisão condicional e pagamento de multa de 3,7 mil dólares, por divulgar queixas de fraudes de universitários, acrescentou a RSF.
Além disso, em novembro de 2011, o diretor do Ribereña Noticias, Teobaldo Meléndez Fachín, foi condenado a três anos de prisão condicional por difamação, após denunciar uma fraude bancário envolvendo o prefeito de Yurimaguas, segundo o Huaral Noticias. A pena poderá se converter em prisão efetiva caso o jornalista não pague uma multa de 11 mil dólares, de acordo com a RSF.