Por Liliana Honorato
No sábado, 28 de julho, o presidente equatoriano Rafael Correa anunciou que a publicidade será suspendida em vários veículos de comunicação privados que o criticaram por prejudicar a liberdade de expressão no Equador, reportou o site Lainformacion.com.
O anúncio aconteceu cerca de um mês e meio após o presidente Correa anunciar que os membros do gabinete presidencia não dariam mais entrevistas a meios privados que o governo considere mercantilistas. Correa chegou a essa decisão por causa de sua opinião de que a imprensa privada no Equador é corrupta e porque seria contraditório apoiar essa imprensa após ter pedido aos cidadãos equatorianos que a boicotassem.
Segundo a agência de notícias AFP, Frank La Rue, relator da Organização das Nações Unidas (ONU) para a liberdade de expressão, disse que não considerava uma boa ideia um presidente dizer aos seus funcionários com quais veículos podem falar. "Isso é procurar problemas, porque é gerar um mecanismo de censura. Quem determina quais são os monopólios?", questionou La Rue.
Esta é apenas uma de diversas medidas que Correa tomou em sua conhecida batalha contra a imprensa equatoriana desde que assumiu a presidência, em 2007. Entre várias outras atitudes preocupantes, Correa atacou publicamente jornalistas do país, fechou vários meios de comunicação independentes, convocou os cidadãos latino-americanos a rebelarem-se contra "o abuso da ditadura" da imprensa, disse que os governos de esquerda "são afetados pela perseguição de jornalistas” e abriu procesoss contra jornalistas por suposto "dano moral”, que terminaram em indenizações multimilhonárias e até sentençás de prisão contra os jornalistas acusados.
Nota do editor: Essa história foi publicada originalmente no blog Jornalismo nas Américas do Centro Knight, o predecessor do LatAm Journalism Review.