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Cobertura do furacão Isaac nos EUA mostra potencial de jornalismo híbrido

Por Ian Tennant

Repórteres e meios de comunicação que cobriram o furacão Isaac, que deixou um rastro de destruição e inundações na costa do Golfo, nos Estados Unidos, semana passada, podem ter mostrado um pouco o futuro do jornalismo, sugere um observador de mídia no Nieman Journalism Lab.

Ao assistir à tempestade de sua casa, no sul do estado do Mississipi, Gina Musallo Chen disse que viu "a emergência de uma forma híbrida de cobertura jornalística" que prediz bem o futuro de uma indústria preparada para o combate. Chen notou que a mídia tradicional realçou sua cobertura com o uso de mídias sociais, imagens estáticas e vídeos feitos por organizações de notícias e amadores, além de aplicativos como o Hurricane Tracker, feitos para ajudar as pessoas a decidirem se devem evacuar um determinado local e quais os caminhos mais seguros.

"A mistura de mídias ofereceu a mim — que havia acabado de me mudar para a região dos furacões três semanas antes da tempestade — uma experiência midiática que eu diria ser inigualável nos velhos dias do jornalismo impresso, de TV e de rádio", argumentou Chen.

O furacãoIsaac também foi um problema para vários meios de comunicação. A forte tempestade forçou emissoras de TV a a fazer malabarismos com seus repórteres, que normalmente ficariam na cidade de Tampa, na Flórida, para cobrir a Convenção Republicana Nacional, reportou o Wall Street Journal.

A tempestade, que atingiu Louisiana quase sete anos após o furacão Katrina ter devastado Nova Orleans, testou a cidade do jornal Times-Picayune apenas algumas semanas antes de a publicação fazer cortes em sua produção e juntar suas redações do jornal impresso e digital.

O New York Times reportou que o Times-Picayune cobriu bem o furacão Isaac porque os cortes de funcionários ainda não haviam acontecido de fato, e essa tempestade não foi tão forte como a causada pelo Katrina. No entanto, "falhas" ocorreram porque as operações do jornal impresso e do site, Nola.com, estavam sediadas em dois edifícios diferentes. A falta de luz na redação do impresso forçou jornalistas a usar seus próprios celulares e e-mail para fazer as notícias.

Ainda assim, um porta-voz da empresa Advance Publications, dona do jornal e do sitedisse que o Nola.com atraiu de duas a três vezes mais tráfico on-line durante a inundação de quatro dias de duração do furacão Isaac.

Nota do editor: Essa história foi publicada originalmente no blog Jornalismo nas Américas do Centro Knight, o predecessor do LatAm Journalism Review.

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