Por Isabela Fraga
Cerca de 89% da dos jornalistas uruguaios concordam em elaborar um código de ética para a profissão, segundo um levantamento realizado pela Associação de Imprensa Uruguaia junto com o Centro de Arquivos e Acessos à Informação Pública e o Grupo Meios e Sociedade (GMS), informou a Agência Pulsar.
A pesquisa também apontou que 77% dos profissionais da imprensa do Uruguai pensam que as condições de trabalho, salário e o exercício de diversos empregos afetam a qualidade do jornalismo no país.
A pesquisa consultou 257 jornalistas que trabalham tanto em meios impressos quanto em rádio, televisão e internet. Desses, também 89% acham que um código de ética para o jornalismo deve incluir questões como o rigor no tratamento à informação, imparcialidade e o apego à verdade.
Já 57% concordam que o código deveria estabelecer guias com as fontes; 65% pensam que deveria haver limites para os presentes e ofertas a jornalistas por parte de empresas ou do governo (os chamados "jabás"); e 82% concordam que o código deve orientar a prevenção de conflitos de interesse (trabalhistas, político-partidários etc.). O ponto de maior consenso entre os jornalistas diz respeito à necessidade de o código de ética incluir questões sobre plágio e citação inadequada de matérias jornalísticas, com 96% de concordância.
Segundo o site da Associação de Imprensa Uruguaia (APU), antes do levantamento foram realizados quatro seminários, nos quais jornalistas e especialistas do Uruguai, Argentina, Brasil e Chile discutiram os desafios éticos do jornalismo no país. Tanto a pesquisa quanto as discussões fazem parte de um projeto do Programa Internacional para o Desenvolvimento das Comunicações da Unesco para o Uruguai.
Nota do editor: Essa história foi publicada originalmente no blog Jornalismo nas Américas do Centro Knight, o predecessor do LatAm Journalism Review.