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Na imprensa, TV e no Twitter, presidente do Equador ataca novamente chargista do jornal El Universo

Na guerra entre o presidente equatoriano, Rafael Correa, e o chargista Xavier Bonilla ‘Bonil’, o chefe de Estado tomou tempo de sua transmissão nacional de 30 de janeiro para se referir a uma charge publicada recentemente pelo jornal El Universo.

¿Ya tienes tu Elefante Blanco? #MascotasdelSiglo XXI pic.twitter.com/FnBcAFZNhh

— Xavier Bonilla (@bonilcaricatura) January 27, 2016

As queixas de Correa se referem à charge publicada por ‘Bonil’ em 27 de janeiro no El Universo, mostrando quatro elefantes, cada um com os seguintes nomes: Aeroporto Tena (um aeroporto propriedade do governo), Refinería Pacífico (uma refineria planejada pelo governo), Yachay (uma universidade de pesquisa criada pelo governo) e UNASUR (a organização regional da América do Sul, cuja sede foi construída em Quito). Junto a eles está uma caricatura da apresentadora peruana Laura Bozzo gritando: “Que venha o seguinte elefante branco!”.

O elefante branco é símbolo de um projeto caro, em geral criado pelo governo, que é considerado de pouca utilidade.

Correa disse que ‘Bonil’ publicou a charge para coincidir com a Cúpula da Comunidade de Estados Latino-americanos e Caribenhos (CELAC), que reuniu os presidentes destes países em Quito, com o propósito de deixar o Equador mal perante os outros mandatários, segundo o La República. O presidente aproveitou o espaço para defender os projetos apontados na charge.

Durante sua transmissão semanal, conhecida como sabatina, de 30 de janeiro, “Correa dedicou a primeira parte chamada de ‘La cantinflada de la semana’ a Bonil, a quem se referiu como ‘o panfletista do jornal El Universo’, de acordo com a ONG Fundamedios. O termo cantinflada, em alusão ao humorista mexicano ‘Cantinflas’, é utilizado para se referir a uma pessoa que fala besteiras sem sentido.

Após mostrar o vídeo, Correa disse “isso não é humor, é um pasquim. Não pode ser humor o engano, companheiros. Devemos rechaçar isso, rechaçar. Reclamar com essas pessoas quando forem à rua. Reclame: ‘sejam honestos, inaugurem a decência’. Que estas coisas não fiquem impunes. Aqui não deve reagir o governo, deve reagir os cidadãos”.

RT @josuelopezdlt@MashiRafael tolerancia a torpes y mentirosos caricaturista y periodistas politiqueros. Yachai es orgullo de Ecuador.

— Rafael Correa (@MashiRafael) January 31, 2016

O presidente e seus partidários também utilizaram o Twitter para defender os projetos.

Por sua vez, ‘Bonil’ publicou uma charge que mostra Correa dizendo a um grupo de pássaros azuis enjaulados semelhantes ao ícone do Twitter, “¡Tuítem… apoiem! Venham… insultem-lo”. Acompanhando o tweet ‘​Bonil’ escreveu: “Mostrando minha foto, Sua Majestade pede na sabatina #460 que quando eu vá à rua “reclamem” por minhas caricaturas”.

A Superintendência da Informação e Comunicação (Supercom), que regula os meios de comunicação no Equador, admitiu recentemente uma denúncia da Federação Equatoriana de Organizações LGBT contra El Universo por uma das charges de ‘Bonil’ publicada em dezembro de 2015. Contudo, este não é o primeiro encontro com a agência reguladora.

Mostrando mi foto Su Majestad pide en sabatina #460 q cuando yo vaya x la calle m "reclamen" por mis caricaturas. pic.twitter.com/030qDP3fWG

— Xavier Bonilla (@bonilcaricatura) January 30, 2016

Em 2014, ‘Bonil’ foi chamado na Supercom por uma charge de dezembro de 2013 que fazia referência a uma invasão da polícia à casa do jornalista e ativista Fernando Villavicencio. Correa chamou Bonil de “assassino da tinta” pela caricatura. Supercom não só obrigou o El Universo a publicar uma “retificação” da charge, mas também lhe impôs uma sanção econômica.

Em fevereiro de 2015, ‘Bonil’ e o jornal também se viram obrigados a publicar uma desculpa por outro de seus trabalhos.

Nota do editor: Essa história foi publicada originalmente no blog de jornalismo nas Américas do Centro Knight, o predecessor do LatAm Journalism Review.

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