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Novo site 'Sin Etiquetas' promove jornalismo sem homofobia na América Latina

Por Jonathon David Orta

O site Sin Etiquetas ("Sem Rótulos", em português)  foi lançado recentemente com o objetivo de promover um jornalismo sem homofobia na América Latina.

Baseada em Lima, a iniciativa busca promover um jornalismo que dá visibilidade à comunidade LGBT (lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais e trangêneros) e criar um espaço para o diálogo entre as populaçoes LGBT da América Latina. Ela pretende preencher os espaços deixados pelos grandes meios que, segundo Esther Vargas, diretora, raramente cobrem os assuntos de forma positiva.

Como parte do esforço de erradicar a discriminação, abandonar os rótulos e revelar as experiências, os desafios e as esperanças das populações LGBT nas Américas, o site busca não só educar, mas ser uma plataforma para investigações e denúncias de crimes cometidos contra populações LGBT.​

A variedade de histórias na página principal do site dão uma clara ideia dos assuntos que a publicação abarca: "homocídio" peruano, documentos legais para uma união civil homoafetiva e esportes fora do armário.


Esther Vargas, diretora de Sin Etiquetas, falou com o Centro Knight sobre a direção e a visão do site.

KC: Para a equipe de Sin Etiquetas, o que significa um “jornalismo sem homofobia”?

EV: Queremos visibilizar conquistas e problemas da comunidade LGBT. Não vamos generalizar, mas muitos meios promovem a homofobia com manchetes sensacionalistas ou que não informam claramente sobre os incidentes relacionados a esta minoria.

Há um abuso constante. Não só nos diários. Consideramos que a televisão é ainda mais irresponsável em muitos casos. Queremos oferecer um jornalismo de respeito, um jornalismo que outorgue visibilidade à comunidade LGTB e que se ocupe dela não só em casos de tragédias.

KC: Hoje em dia temos recursos de comunicação graças à tecnologia que não tínhamos antes. Temos formas de criar comunidade. Que papel tem o Sin Etiqueta para promover uma comunidad internacional LGBT?

EV: Estamos criando comunidade. Temos cerca de 50 jornalistas em uma rede que chamamos A Rede de Jornalistas Latino-americanos por um Mundo sem Homofobia. Organizamo-nos por Facebook e a comunicação tem sido muito fluida. A ideia é poder conectar a Améric Latina em torno de uma temática comum, que ajude a frear a homofobia, a intolerância, que permita o entendimento.

A equipe gestora é formada por jornalistas muito jovens, como o diretor criativo Esteban Marchand. Estamos juntando a experiência com a juventude para levar adiante este veículo que consideramos necessário se levarmos em conta os debates sobre a união civil e a homofobia que são cada vez mais importantes na região, e isso deve ser celebrado. Há um olhar sobre a comunidade LGTB e queremos estar presentes. Contribuir contando as histórias que talvez muitos meios estejam silenciando.

KC: O Sin Etiquetas é o primeiro meio digital do tipo? Existem outros meios digitais que influenciaram a equipe

EV: Não poderia dizer se somos o primeiro meio. Creio que somos uma aposta inovadora na América Latina. Temos referentes nos Estados Unidos, como The Advocate. Talvez a diferença seja que não somos ativistas. Somos jornalistas fazendo jornalismo sobre a temática LGTB. Consideramos os ativistas nossos aliados, queremos que vejam Sin Etiquetas como uma plataforma para que se expressem, denunciem e compartilhem.

Nota do editor: Essa história foi publicada originalmente no blog Jornalismo nas Américas do Centro Knight, o predecessor do LatAm Journalism Review.

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