Jornalistas do Miami Herald estão se queixando sobre o uso desnecessário do Twitter por parte do jornal, informa o Guardian.
Vinte e três membros da equipe do jornal assinaram uma reclamação sobre o uso excessivo do Twitter como fonte: "No mês passado, uma matéria muito séria sobre uma menina de 15 anos e sua mãe... ambas mortas pelo namorado mais velho da adolescente... incluía uma citação de alguém chamado lagordita. A citacão... 'Absolutamente nada de bom poderia ter saído deste relacionamento'... não acrescentou nada de especial à matéria", dizia o documento.
"No domingo, dedicamos a parte mais valiosa do jornal a uma série de tweets de leitores sobre [os ataques de] 9/11. Não sabemos quase nada sobre essas pessoas. Seus nomes podem ser reais, mas talvez não sejam. E isto não importa no mundo do Twitter. Assim, numa matéria que começa no topo da nossa página principal, temos... observações profundas e incisivas como: 'Eu estava dormindo,' e 'No meu carro... voltando da academia para casa', e 'Estava de pé, na pia da minha cozinha'. Existe alguma razão pela qual nosso minguante grupo de leitores se importaria com qualquer um desses comentários?", acrescentava a reclamação.
Apesar de os funcionários terem afirmado entender que a indústria esteja passando por mudanças e incertezas, não há razão para "imitar" o Twitter, o que eles argumentaram ser um erro. "Notícias locais não precisam ser superficiais e de mau gosto", escreveram.
Para Ryan Derousseau, do site MediaBistro, "conforme os jornais reagem ao mundo das mídias sociais, é provavel que esse debate continue nas redações".
Nota do editor: Essa história foi publicada originalmente no blog de jornalismo nas Américas do Centro Knight, o predecessor do LatAm Journalism Review.
