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Mulheres jornalistas foram principais vítimas de ataques à imprensa durante eleições de 2024 no Brasil

Um relatório divulgado pela Coalizão em Defesa do Jornalismo, uma articulação composta por 11 organizações da sociedade civil brasileiras, expôs as principais dificultadas enfrentadas pela imprensa e por jornalistas durante as eleições municipais de 2024 no Brasil. O estudo, realizado em parceria com o Labic da Universidade Federal do Espírito Santo e o ITS Rio, analisou episódios de violência contra jornalistas entre 15 de agosto e 27 de outubro, abrangendo redes sociais e ataques fora do ambiente digital.

O monitoramento destacou o X (antigo Twitter) como a plataforma com maior concentração de discursos hostis, registrando 35.876 ataques, equivalente a 17,7% do total analisado. O TikTok, com 10.239 ocorrências, e o Instagram, com 10.889, também apareceram como ambientes de propagação de agressões. Termos como “lixo”, “militante” e “fake news” foram amplamente utilizados para descredibilizar jornalistas e veículos.

O relatório apontou ainda que mulheres jornalistas foram as principais vítimas, concentrando 50,8% dos ataques, apesar de representarem 45,9% dos profissionais atacados. No Instagram, elas foram alvo de 68,3% das hostilidades, enquanto no X o índice foi de 53%. A violência de gênero foi acompanhada por episódios de racismo, como os dirigidos a Pedro Borges, cofundador do portal Alma Preta Jornalismo. Após a entrevista de Pablo Marçal no Roda Viva, Borges recebeu ataques racistas que incluíram ofensas ao seu cabelo.

A Coalizão ressaltou que o cenário de violência e descrédito à imprensa compromete a atuação do jornalismo como vigilante do poder público.

Confira o relatório completo

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