Por Paloma de León
Organizações, cidadãos e acadêmicos no México denunciaram na semana passada as ameaças que a jornalista do La Jornada Veracruz, Norma Trujillo, tem recebido desde o dia 6 de novembro do grupo de ativistas políticos Antorcha Campesina, informou o jornal espanhol El País.
No dia 5 de novembro, Trujillo cobriu uma manifestação de professores em frente ao Congresso do Estado de Veracruz. Em nota, a jornalista mencionou uma suposta “gravação em que se escutava a Deputada local Minerva Salcedo Baca” falar sobre negociações com Antorcha Campesina para agredir os professores durante a manifestação, segundo o site de notícias ACI Veracruz. Antorcha Campesina acusou Trujillo de difamação e assegurou que a intenção da jornalista em sua observação foi criar hostilidade entre a sociedade civil e os professores ao movimento antorchista.
Antorcha Campesina é um grupo de ativistas próximo ao Partido Revolucionário Institucional (PRI), partido ao qual pertence o atual governador de Veracruz, Javier Duarte de Ochoa. Salcedo Baca é integrante do Antorcha Campesina, segundo o jornal La Jornada.
Em seu website, o grupo de liberdade de expressão “ Zapateando, Medios Libres” publicou uma nota exigindo ao governo de Duarte a proteção da segurança física e moral da jornalista.
Veracruz é um dos lugares mais hostis contra jornalistas no continente americano. No dia 13 de março de 2013, a organização internacional Artigo 19 declarou que Veracruz é o estado mexicano mais perigoso e com maior taxa de violência e agressões contra a imprensa. Vários jornalistas têm sido detidos, espancados e obrigados a entregar seu material.
Nota do editor: Essa história foi publicada originalmente no blog Jornalismo nas Américas do Centro Knight, o predecessor do LatAm Journalism Review.