Enquanto a Televisa continua negando a relação da empresa com um caso de lavagem de dinheiro na Nicarágua, um fiscal desse país disse que alguns dos detidos acusados de se fazer passar por jornalistas supostamente ligaram para a televisora pouco depois de serem presos.
A informação levanta novas perguntas sobre a possível existência de alguma relação entre a maior emissora do México e as pessoas detidas em agosto transportando mais de 9 milhões de dólares. O dinheiro foi encontrado em seis caminhonetes com logotipos da empresa e que foram interceptados na fronteira entre Nicarágua e Honduras.
Na quarta-feira, 26 de setembro, o promotor especial Armando Juárez disse em entrevista à Noticias MVS que conta com os registros telefônicos das ligações que os 18 mexicanos presos fizeram, embora tenha evitado comentar se as autoridades do país tentaram confirmar de quem são os telefones marcados.
Notícias MVS também informou que o presidente da Nicarágua declarou recentemente que as autoridades mexicanas disseram que uma das jornalistas que supostamente viajava com o grupo existe, mas foi substituída por um dos detidos.
Antes, uma investigação da revista Proceso revelou que os seis veículos da televisão foram registrados em nome de Televisa perante as autoridades da Cidade do México usando documentos da empresa.
Embora Televisa negue a propriedade das caminhonetas, o prefeito da Cidade do México, Marcelo Ebrard, confirmou que os veículos estão registrados no nome da televisora, de acordo com o diário La Jornada. Atualmente, o governo de Cidade do México iniciou uma investigação para comprovar se os funcionários da Secretaria de Transportes participaram de alguma irregularidade ao tramitar e expedir o registro veicular, segundo informou Aristegui Noticias.
Nota do editor: Essa história foi publicada originalmente no blog Jornalismo nas Américas do Centro Knight, o predecessor do LatAm Journalism Review.