Mais de mil jornalistas de cerca de 80 diferentes países já estão reunidos na PUC do Rio de Janeiro para a Conferência Global de Jornalismo Investigativo.
O evento, apelidado pelo professor da Universidade do Texas Rosental Calmon Alves de ‘Copa do Mundo do Jornalismo Investigativo’, já pode ser considerado o maior realizado sobre o tema até hoje, segundo o diretor da Global Investigative Journalism Network (GIJN), David Kaplan.
Serão cerca de 140 painéis e workshops, 240 palestrantes e mais de 200 horas de atividades, muitas das quais simultâneas. O painel de abertura foi apresentado por um dos fundadores da Abraji, o jornalista Fernando Rodrigues, e contou com a participação dos diretores das organizações anfitriãs, Marcelo Moreira, da Abraji, David Kaplan, da GIJN e Augusto Alvarez Rodrich, presidente do Instituto Prensa y Sociedad (IPYS).
“Muitos de vocês vieram de lugares distantes, África do Sul, China, Irlanda, Nova Zelândia. Vamos ter novidades como um Hackfest que vai oferecer 7 mil dólares ao melhor aplicativo para investigações jornalísticas, temos os melhores treinadores de jornalismo de dados do mundo e vocês terão a oportunidade de conhecer várias ferramentas para suas reportagens. Aproveitem”, disse Kaplan. Augusto também ressaltou a importância do evento para as trocas de experiências entre jornalistas e a qualificação profissional. “O trabalho de jornalismo investigativo vem mudando e enfrentando novos obstáculos. Nesse contexto, precisamos de jornalistas de investigação com cada vez mais habilidades e capacitações para usar a informação. É fundamental compartilhar conhecimentos diferentes experiências da américa latina e do mundo”, destacou.
Temas como cobertura de meio ambiente, corrupção e esportes, situação da liberdade de imprensa no mundo, alternativas de financiamento do jornalismo investigativo e de interesse público, cobertura dos protestos de junho no Rio de Janeiro e jornalismo de dados serão debatidos durante os quatro dias de evento. “Testemunhar a história é um privilégio, mas não é uma missão fácil. A imprensa tem sido muito criticada nas manifestações de rua e, por ironia, é a mesma que pauta as reivindicações dos manifestantes.
A internet ganha força nesse contexto, espaços de circulação de informação estão sendo disputados. Será que nosso modelo de fazer notícia está ultrapassado? A mídia tradicional vive uma crise? Cabe a nos entendermos agora o processo que estamos vivendo e aqui é um espaço privilegiado para isso”, afirmou Marcelo Moreira, presidente da anfitriã Abraji, em sua fala de boas-vindas.
A Conferência Global de Jornalismo Investigativo, que reúne o 8º Congresso da Abraji, a 8ª Global Investigative Journalism Conference e a 5ª Conferencia Latinoamericana de Periodismo de Investigación (COLPIN), vai até o dia 15 de outubro na PUC do Rio de Janeiro. Para acessar a programação completa, clique aqui.
*Esta matéria foi publicada originalmente no site oficial da Conferência Global de Jornalismo Investigativo.
Nota do editor: Essa história foi publicada originalmente no blog de jornalismo nas Américas do Centro Knight, o predecessor do LatAm Journalism Review.