Cuba figura na lista mundial dos 10 países com maior censura, de acordo com o recente informe do Comitê para a Proteção dos Jornalistas (CPJ), graças ao controle exercido sobre a mídia pelo Partido Comunista, ao bloqueio de conteúdo dos provedores de internet e às detenções arbitrárias e campanhas difamatórias contra jornalistas independentes.
Cuba foi o único país do continente americano incluído na lista de governos autoritários que reprimem a liberdade de expressão. No relatório, a organização também reconheceu que em vastas regiões do México os jornalistas recorrem à autocensura para evitar represálias das organizações criminais, mas não se trata de uma censura imposta por agentes do estado.
CPJ, com sede em Nova York, destacou que Cuba avançou na liberdade de expressão, já que em 2006 o regime de Raúl Castro aparecia em sexto lugar mundial e este ano aparece em nono, devido em boa parte à liberação de jornalistas presos desde a primavera negra em 2003, noticiou a CNN em Espanhol. Oficialmente, já não há jornalistas presos em Cuba, apesar de, em janeiro, um jornalista ter sido processado por supostas acusações de corrupção e espionagem. Na recente visita do Papa Bento XVI, os jornalistas e blogueiros independentes denunciaram o bloqueio de telefones celulares e breves detenções arbitrárias.
As autoridades cubanas revogaram as credenciais de imprensa de correspondentes estrangeiros e negaram visto de viagem para a blogueira Yoani Sánchez, que tem sido uma dura crítica do regime comunista.
Apesar de outros países do hemisfério ocidental não engrossarem a lista, um recente relatório da organização Freedom House ressaltou que a liberdade de expressão se deteriora na América Latina, onde a maioria dos países caem à categoria de imprensa “parcialmente livre”. Na América Latina, só Costa Rica e Uruguai são considerados países com imprensa totalmente livre, de acordo com o Instituto Imprensa e Sociedade.
Conforme mostra a lista do CPJ, o país com maior nível de censura no mundo foi Eritreia, seguido de Coreia do Norte, Síria, Irã, Guineia Equatorial, Uzbequistão, Mianmar, Arábia Saudita e, mais recentemente, Belarus, relatou Cuba Encuentro. China não está na lista, mas foi citado como um modelo para outros regimes autoritários e um "exportador de tecnologia para a censura".