Ildefonso Chávez, dono do jornal mexicano El Pueblo, iniciou uma greve de fome indefinida em frente ao Palácio do Governo de Chihuahua em 2 de dezembro, em protesto pela retirada da publicidade do governo do estado desde outubro, após a publicação de reportagens críticos à gestão do governador, informou a Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP).
O diário de oposição El Pueblo exigiu há um mês do governador César Duarte Jáquez maior transparência na dívida pública. Em resposta, sofreu com a retirada do investimento publicitário do governo de Chihuahua, e a suspensão do pagamento do total devido pelos anúncios deste ano, informou Vanguardia.
A SIP dirigiu uma carta ao governador Duarte, instando-o a cumprir integralmente com as orientações sobre liberdade de imprensa da Constituição Política dos Estados Unidos Mexicanos, e a não discriminar nem pressionar veículos fazendo uso dos recursos públicos, suspendendo a publicidade daqueles cuja linha editorial lhe é incômoda.
A carta também observa que a publicidade estatal não deve servir para premiar ou castigar meios de comunicação ou jornalistas, pois, segundo a Declaração de Chapultepec, é uma prática que vai de encontro à liberdade de expressão e de imprensa, que deveria estar proibida por lei.
Segundo a organização, Chávez denunciou que o site de El Pueblo foi bloqueado nas entidades públicas e que existe uma campanha de desprestígio contra ele.
Chávez também publicou no Twitter e em seu diário as ameaças que está recebendo nos últimos dias. Uma delas foi feita pelo diretor de Comunicação Social do governo, Nicolás Juárez, que, segundo Chávez, afirmou: “O Governador Duarte disse para suspender a greve de fome ou te deixaremos morrer”.
Chávez, que em princípio faria greve de fome por 20 dias, espera com esta medida chamar atenção das autoridades e fazer valer seus direitos.
Nota do editor: Essa história foi publicada originalmente no blog Jornalismo nas Américas do Centro Knight, o predecessor do LatAm Journalism Review.