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Editor argentino é acusado de sedição por supostamente instigar protestos policiais e saques

Por Travis Knoll

Juan Pablo Suárez, editor do jornal digital argentino Última Hora, responde por crime de sedição depois de ter sido acusado de ajudar a instigar os protestos da polícia e os saques cidadãos que arrasaram o país na semana passada, informou o Clarín.

Em 9 de dezembro, Suárez gravou em vídeo a suposta repressão de vários chefes da polícia a um oficial que protestava por melhores salários na província de Santiago del Estero, segundo o site de notícias TN.

Horas depois, um tribunal provincial ordenou uma busca nas sedes do Última Hora, onde foram encontrados, segundo documentos do tribunal, panfletos protestando contra os baixos salários policiais e instigando a violência e os saques, os quais foram supostamente distribuídos em várias delegacias, informou Clarín. Segundo TN, as autoridades provinciais também confiscaram vários computadores e outros aparatos eletrônicos da redação.

Suárez foi preso durante a ação e está detido desde então.

"É necessário esclarecer que esta acusação não só não é verdadeira, como consideramos que é um escárnio com a pessoa acusada falsamente", afirmou Última Hora.

Suárez apresentou esta semana seu testemunho a respeito do caso e é possível que seja liberado logo, segundo o advogado da Última Hora. Seu caso agora se dirige a um tribunal federal.

O Fórum de Jornalismo Argentino (Fopea, na sigla em espanhol) condenou a prisão prolongada de Suárez e pediu ao governo que esclareça os motivos e elementos de prova contra o editor.

A organização também criticou o uso do crime de sedição para deter o jornalista.

"A utilização desse crime tem um potencial enorme de cerceamento da liberdade de expressão, pela grande ambiguidade para sua aplicação", afirmou Fopea. "É perigoso que a acusação com base nesse delito possa ser utilizada, em qualquer lugar do país, contra qualquer jornalista ou meio de comunicação que informe sobre temas de enorme gravidade institucional, como os vividos com os recentes saques e a crise policial".

A prisão ocorre no contexto das tensões entre a presidente Cristina Fernández de Kirchner e as forças policiais do país, que exigem um aumento salarial. Fernández culpou a polícia de incitar a violenta onda de saques que, segundo o L.A. Times, deixou 13 mortos e cerca de 200 feridos.

Nota do editor: Essa história foi publicada originalmente no blog Jornalismo nas Américas do Centro Knight, o predecessor do LatAm Journalism Review.

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