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'Era dos radicalismos' no Brasil é tema de debate no dia 2 sobre liberdade de imprensa e democracia

No Brasil de 2019, o debate sobre a liberdade de imprensa passa pelo acirramento da polarização política, em curso no país desde 2014, e os riscos dessa polarização para o exercício do jornalismo e, consequentemente, para a democracia.

Essa é principal questão em pauta no 11o Fórum Liberdade de Imprensa e Democracia, que acontece em Brasília nesta quinta-feira, 2 de maio, com o tema “Era de Radicalismos”. O evento é promovido pela Revista e Portal Imprensa anualmente desde 2008 em ocasião do Dia Internacional da Liberdade de Imprensa, celebrado em todo o mundo a cada 3 de maio.

Sinval de Itacarambi Leão, diretor da Imprensa Editorial, disse ao Centro Knight que a intenção do evento é “refinar o debate político”, que segundo ele vem atravessado por extremismos desde o impeachment da presidenta Dilma Rousseff, em 2016.

“A democracia brasileira, desde o impeachment da presidente Dilma, foi trabalhada por correntes de tal modo polarizadas que levou ao ódio e à questão da eliminação da opinião dos outros, dos concorrentes. Esse clima se agravou com as eleições de 2018”, acredita Leão.

O pleito de 2018, marcado por agressões contra jornalistas que cobriam a corrida eleitoral, levou à Presidência do Brasil Jair Bolsonaro (PSL), notório pela hostilidade à imprensa crítica a ele e a seus aliados. O presidente chegou a usar informação falsa para atacar uma repórter que investigava suspeita de corrupção de seu filho Flávio Bolsonaro, senador pelo PSL/RJ.

“A imprensa tem como uma de suas obrigações para existir essa dimensão educativa em prol tanto da democracia como também das grandes causas que são geradas dentro da sociedade civil”, afirmou Leão. “Um fórum que coloca no centro do debate a questão da liberdade de imprensa chama a atenção para aquilo que é fundamental, para aquilo que é a raiz” da democracia, disse.

O evento, que será realizado no auditório da sede da Organização dos Advogados do Brasil do Distrito Federal (OAB-DF), começa às 14h com a mesa “A liberdade de imprensa em tempos de radicalismo na história do Brasil”. A conversa será entre Leão e Murillo de Aragão, presidente do Conselho de Comunicação Social do Congresso Nacional, órgão auxiliar do Congresso previsto pela Constituição Federal de 1988.

Em seguida haverá dois painéis de debate; o primeiro sobre “os desafios do medo, do ódio e da generalização” na cobertura jornalística, mediado por Pedro Burgos, jornalista e professor de Jornalismo no Insper, com Ricardo Noblat, jornalista d’O Globo e colunista do Blog do Noblat, Tiago Mali, chefe de redação do site Poder360 e André Marsiglia Santos, sócio-diretor do escritório Lourival J. Santos Advogados. Santos é representante da revista Crusoé, pivô de um recente caso de censura por parte do Supremo Tribunal Federal (STF) criticado nacional e internacionalmente.

O segundo debate vai tratar da “segurança dos jornalistas: o equilíbrio entre liberdade, segurança e responsabilidade”. Mediada por Cristiana Lôbo, jornalista da GloboNews, a conversa terá Emmanuel Colombié, diretor para a América Latina da Repórteres sem Fronteiras (RSF), Juvenal Araújo, subsecretário de Direitos Humanos da Sejus/DF, Manuel Martinez, correspondente no Brasil pela agência Xinhua (China) e rádio El Espectador (Uruguai), e Thiago Tavares, presidente da organização SaferNet Brasil e conselheiro do Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br).

Também está prevista uma fala de Adauto Candido Soares, coordenador de Comunicação e Informação da UNESCO no Brasil, sobre o trabalho da agência para fortalecer a segurança dos jornalistas no país.

A conferência de encerramento do fórum tem o tema “Divergências e Consensos” e será ministrada por Ana Amélia Lemos, ex-senadora (PP/RS) e ex-candidata a vice-presidente da República em 2018 junto a Geraldo Alckmin (PSDB/SP) e atual presidente da Fundação Milton Campos e Secretária de Relações Federativas e Internacionais do Rio Grande do Sul. Angela Rehem, sócia-fundadora da Libertas - Estratégias em Relações Governamentais e Institucionais, será a moderadora.

O fórum é presencial e não terá transmissão pela internet. A inscrição é gratuita e pode ser feita pelo site do evento, neste link.

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