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Existe um jornalismo que não seja "militante" na Argentina (ou em qualquer lugar)?

Em meio a uma tensa relação entre o governo de Cristina Fernández e os meios de comunicação, o tema do "jornalismo militante" está em constante discussão na Argentina. Adrian Carlos Corbella, do El Diario 24, se pergunta se há jornalismo que escape deste rótulo e questiona a demonização dos jornalistas que tornam pública sua ideologia por aqueles que se auto-identificam como "independentes" e "profissionais ".

"Os veículos mais poderosos não apenas defendem uma postura política, mas às vezes se tornam seu eixo, sob a égide de uma aliança ou força política, fato que os argentinos do século 21 viram com clareza na posição de virtual " líder da oposição"ao kirchnerismo que o grupo de mídia Clarín adotou”, escreve Corbella. "Quando isso acontece, os jornalistas destes meios de comunicação são obrigados a " vestir o uniforme da empresa ", ou dar um passo pro lado e encontrar outro emprego."

É justamente essas pressões dos grandes meios contra jornalistas argentinos para seguirem a linha editorial da empresa que inspirou o Fórum de Jornalismo Argentino (FOPEA) a lançar um projeto de "cláusula de consciência" para proteger a independência e a integridade moral dos jornalistas.

Neste contexto, Corbella conclui que "todos os jornalistas são militantes. Todos defendem posições políticas e ideológicas. A única diferença é que alguns defendem opiniões que lhes são próprias, com base em convicções pessoais, e outros são mais maleáveis e defendem posições de terceiros".

Nota do editor: Essa história foi publicada originalmente no blog de jornalismo nas Américas do Centro Knight, o predecessor do LatAm Journalism Review.

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