As demissões de três jornalistas da Argentina, em diferentes circunstâncias, demosntram a “falta de garantias” para que os repórteres desempenhem suas funções com “liberdade e sem sofrer represálias”, destacou o Fórum de Jornalismo Argentino, o Fopea, em comunicado no dia 25 de março.
O caso mais recente é o de Roberto Espinoza, demitido após entrevistar em seu programa de rádio o também jorrnalista Luis Gasulla, autor de um livros sobre corrupção envolvendo organizações de defesa dos direitos humanos.
Antes, Luis Leiva, um jornalista de uma emissora da província de Río Negro, havia sido despedido aparentemente por conta de comentários sobre irregularidades na aplicação de recursos públicos. O dono da emissora disse ao Fopea disse não ter se tratado de censura, mas de uma desobediência por parte do profissional, que passou por cima de ordem para não tratar mais desse tema.
Além disso, na província de San Juan, o jornalista Ernesto Lloveras teve o programa de rádio cancelado depois de apenas três transmissões. Um funcionário do governo local teria forçado o dono da emissora, Adrián Vila, a por fim ao programa, para evitar que outros negócios entre ele e o governo não fosse afetados.
Para Fopea, tratam-se de graves ataques à liberdade de expressão, pois podem abrir um precedente perigoso “em relação a represálias contra jornalistas pelos próprietários de meios de comunicação”. A organização pede a aprovação de uma lei nacional que proteja a cláusula de consciência dos jornalistas, proposta em 2011.
Nota do editor: Essa história foi publicada originalmente no blog Jornalismo nas Américas do Centro Knight, o predecessor do LatAm Journalism Review.