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Governo da Nicarágua está em guerra contra imprensa independente, diz relatório

O Centro Nicaraguense de Direitos Humanos (Cenidh) anunciou que, nas próximas semanas, entregará à Comissão de Direitos Humanos (CIDH) um relatório sobre violações da liberdade de imprensa no país, informou a agência AFP. Dois jornais já denunciaram uma suposta “perseguição” por parte do governo do esquerdista Daniel Ortega nos últimos meses. Além disso, um canal de TV de oposição saiu do ar há poucos dias.

Segundo a diretora do Cenidh, Vilma Núñez, o levantamento será apresentado ao relator de liberdade de expressão da CIDH em Washington. O texto afirma haver um esforço do governo para atacar a liberdade de expressão". "Há uma guerra de baixa intensidade, que utiliza diversos métodos para enfraquecer os veículos de comunicação independentes, enquanto seu proprietários se vêem desprotegidos por não poderem confiar nas autoridades competentes”.

No mais recente episódio envolvendo a mídia e o governo, o canal de televisão a cabo Canal 15 Condega TV interrompeu suas transmissões no dia 17 de janeiro após ameaças e sabotagem.

De acordo com a Associated Press, a emissora vinha recebendo ameaças desde 2008, por suas críticas ao governo e suas denúncias de fraude nas eleições municipais, da quais saiu vitorioso o Sandinismo de Ortega.

Além disso, os jornais El Nuevo Diario e La Prensa informaram ter recebidos ameaças após denunciarem casos de corrupção.

As denúncias de perseguição contra o governo de Ortega se tornaram mais frequentes há dois anos, quando o Centro de Pesquisa de Comunicação (Cinco), dirigido pelo premiado jornalista Carlos Fernando Chamorro, foi invadido pela polícia.

Nota do editor: Essa história foi publicada originalmente no blog de jornalismo nas Américas do Centro Knight, o predecessor do LatAm Journalism Review.

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