Na contramão da tendência de mercados como o americano e o europeu, a indústria jornalística brasileira tem dado sinais de crescimento, assim como o consumo de conteúdo online, com o barateamento do acesso à internet. No entanto, o faturamento publicitário segue em queda para veículos impressos e ainda não é suficiente para sustentar sites de notícias.
Diante deste panorama, representantes dos maiores veículos do país, presentes no Seminário Nacional de Circulação da Associação Nacional de Jornais (ANJ), defenderam a busca por novos modelos de negócios que permitam reduzir a dependência da publicidade e gerar receitas em novas mídias, segundo o Valor Online.
O evento, realizado na última segunda-feira, 29 de agosto, em São Paulo, abordou os desafios do setor para permanecer rentável. Empresários de grupos como Infoglobo, Lance! e Valor Econômico concordaram que a cobrança do conteúdo é uma direção inevitável em todos os mercados, inclusive o brasileiro, noticiou o Jornal do Commercio.
Na opinião de Marcello Moraes, diretor geral da Infoglobo, empresa que edita o jornal O Globo, o melhor caminho é disponibilizar conteúdo digital diferenciado pelo qual os leitores estariam dispostos a pagar, permitindo o acesso gratuito ao hard news. "Hoje não estamos na era do 'ou’, mas do 'e'. Isto é, mídia digital e papel", ressaltou, citado pelo Portal Imprensa.
De acordo com informações do Meio e Mensagem, para Walter de Mattos Júnior, diretor-presidente do Grupo Lance!, a transição para o novo modelo é urgente. “Embora no discurso sejamos contra, na prática, oferecemos conteúdo gratuito. (...) A cada dia em que não cobramos por nosso produto, estamos reforçando a ideia de que a informação é gratuita.", afirmou.
A prática de cobrar pelo acesso ao conteúdo online está em alta nos EUA. Os jornais Dallas Morning News e New York Times já rentabilizam seu conteúdo. Recentemente, foi a vez do MediaNews Group, dono de 57 jornais em 11 estados, revelar planos de implementar um paywall, sistema de cobrança por acesso.
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