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Jornal peruano declara presidente do Equador 'persona non grata' para a imprensa

Com a manchete "Repúdio!", o jornal peruano El Correo repudiou a visita do presidente do Equador, Rafael Correa, ao país para assistir à cerimônia de posse de Ollanta Humala como novo mandatário do Peru. O periódico declarou Correa "persona non grata" para a imprensa e o chamou de "aprendiz de ditador que persegue a liberdade de expressão", na edição de 28 de julho.

O manifesto do jornal não se limitou à manchete. A página editorial foi deixada em branco com apenas um parágrafo intitulado "Repúdio a Correa" como forma de protesto.

O presidente do Equador ganhou uma ação judicial na semana passada contra o jornal El Universo, cujos diretores e colunista foram condenados a três anos de prisão, além do pagamento de uma indenização de 40 milhões de dólares ao governante por calúnia e difamação. Além disso, Correa tem outro processo milionário em curso contra dois jornalistas que escreveram um livro denunciando nepotismo e corrupção em seu governo.

O ministro das Relações Exteriores do Equador, Ricardo Patiño, criticou o jornal El Correo del Peru por ter repudiado o presidente e considerou a manchete uma "difamação", segundo o El Comercio. El Ciudadano, o periódico digital oficial do governo equatoriano, saiu de imediato em defesa de Correa com declarações do secretário de comunicação Fernando Alvarado, que alegou que El Correo era um veículo de ultradireita e com baixa circulação.

Em uma coletiva de imprensa após seu retorno ao Equador, Correa apareceu diante de repórteres com a edição do El Correo na mão e se gabou por ser "tão importante" a ponto de ser insultado no exterior.
"Eu dou a vida pela liberdade de expressão, mas outra coisa é fingir que qualquer empresa com fins de lucro esteja acima do bem e do mal", disse.

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