Roberto de Jesús Quiñones Haces, advogado e jornalista cubano, foi sentenciado a um ano de prisão pelos crimes de resistência e desobediência meses após ter sido detido e supostamente espancado pela polícia política.
Em 22 de abril, Quiñones estava tentando fazer uma reportagem sobre o julgamento de um pastor e sua esposa quando ele foi detido e supostamente espancado pela polícia política, segundo CubaNet, um meio para o qual ele escreve. O jornalista detalhou seus ferimentos em um artigo de duas partes para o site.
#CUBA: Roberto de Jesús Quiñones Haces, periodista independiente cubano, sentenciado a prisión tras haber sido golpeado por agentes castristas. ¿Su delito? Opinar distinto. https://t.co/Ti0TEDRZ3S pic.twitter.com/BQf6cv5LVS
— Cubanet 🇨🇺 (@CubanetNoticias) August 8, 2019
Quiñones foi liberado da detenção depois de cinco dias, com um processo judicial aberto, segundo CubaNet. O promotor militar em Guantánamo disse que a polícia acusada de agredi-lo não era responsável criminalmente, segundo informou Quiñones e a Associação Pró-Liberdade de Imprensa de Cuba (APLP, por suas iniciais em espanhol).
Em maio, as autoridades lhe deram a opção de “pagar uma multa para encerrar o caso”, como escreveu ele para CubaNet. No entanto, ele se recusou a pagar e isso levou ao seu julgamento, disse o site.
O jornalista disse que vai recorrer da sentença da Tribuna Municipal de Guantánamo, informou CubaNet. Ele pode permanecer em casa, mas não pode deixar a província.
Antes do incidente de 22 de abril, Quiñones foi ordenado a pedir autorização para viajar, como explica em um artigo para a CubaNet. Consequentemente, ele foi impedido de ir a Havana em fevereiro e retirado de um ônibus indo para Cienfuegos em 18 de abril, disse ele.
O Comitê para a Proteção dos Jornalistas (CPJ) dos Estados Unidos pronunciou-se contra a sentença.
"O fato de Roberto Quiñones ser condenado à prisão por não pagar uma multa, enquanto os agentes da polícia que o agrediram e detiveram por dias não receberam punição, é ultrajante", disse Robert Mahoney, diretor-executivo adjunto do CPJ.
A organização Repórteres Sem Fronteiras (RSF) exortou o governo cubano a retirar as “acusações injustas” contra o jornalista.
“[RSF] deplora a crescente hostilidade das autoridades cubanas em relação à imprensa independente do país”, escreveu a organização via Twitter.
A Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP) condenou o governo cubano pela sentença contra Quiñones.
"Nada nos surpreende sobre o governo cubano, tão acostumado a perseguir jornalistas independentes em sua tentativa de censurar críticas, opiniões e informações livres", disse María Elvira Domínguez, presidente da SIP, segundo comunicado da organização.