O diretor de um documentário sobre o presidente do Equador, Rafael Correa, desistiu de exibir seu filme em um canal de TV americano depois de um membro do governo pedir à emissora que fizesse mudanças para a sua transmissão, informou a ONG equatoriana Fundamedios.
Em comunicado publicado pelo portal Americas Forum, o jornalista Santiago Villa disse que o canal America TeVe censurou seu filme, “Rafael Correa: retrato de un padre de la patria”, que seria transmitido em 23 de novembro, por pressões do governo equatoriano.
Villa disse que o documentário "expões, nas palavras de seus próprios protagonistas, temas como o financiamento da campanha presidencial de Rafael Correa em 2006 pelas Farc, [...] a perseguição a líderes sociais e indígenas e a luta do governo contra a liberdade de expressão".
O secretário nacional de Comunicação Fernando Alvarado, disse em entrevista à rádio Majestad que o canal propôs ao jornalista exibir o filme de 50 minutos em capítulos de 10, aos final dos quais seria realizado um debate entre os realizadores do documentário e membros do governo, acrescentou a Fundamedios.
Villa não aceitou a proposta e, em carta ao presidente do canal, Omar Romay, argumentou que a fragmentação teria impactos na qualidade do filmes e que os debates iriam contra a maneira como o documentário foi feito, segundo a ONG.
Porém, a jornalista María Elvira Salazar exibiu em seu programa do Canal 8 na GenTV o documentário completo , de acordo com o El Espectador.
Além disso, segundo a Fundamedios, o jornalista Andrés Carrión foi obrigado a encerrar seu programa na emissora de rádio Armónica depois de entrevistar Santiago Villa.
Hoy es mi ultimo programa de Regresando con...Andres Carrion en radio Armonica. Me despido de la audiencia. Mil gracilas a todos, un abrazo.
— Andres Carrion (@AndresCarrion2) noviembre 30, 2012
O ex-editor do diário El Universo Emilio Palacio anunciou que divulgaria o documentário na íntegra em seu blog, informou o La Hora. No entanto, a á página principal de seu blog diz que os vídeos foram retirados do YouTube.
Nota do editor: Essa história foi publicada originalmente no blog de jornalismo nas Américas do Centro Knight, o predecessor do LatAm Journalism Review.