O prazo para a libertação de 52 presos políticos acabou em 14 de novembro, mas, no dia seguinte, 13 continuavam encarcerados em Cuba, segundo o Comitê para a Proteção de Jornalistas (CPJ) e a agência Associated Press. Os prisioneiros foram detidos em março de 2003, durante uma ofensiva contra dissidentes e jornalistas independentes conhecida como "Primavera Negra".
Em julho, o presidente cubano Raúl Castro, em acordo mediado pela Igreja Católica, se comprometeu a libertar os "presos de consciência". Dezessete jornalistas ganharam a liberdade e se exilaram na Espanha.
O demais prisioneiros libertados se recusaram a deixar a Ilha, segundo a agência Associated Press. De acordo com o Miami Herald, o jornalista dissidente Guillermo Fariñas, que encerrou uma greve de fome de quatro meses quando Castro concordou em libertar os presos, cogita fazer uma nova greve de fome caso a situação dos 13 cubanos ainda encarcerados não se resolva logo.
O CPJ lançou um blog para que os jornalistas exilados na Espanha contem suas experiências. O primeiro post, intitulado "Encontrado a liberdade em uma cela cubana", é de Ricardo González Alfonso, um dos primeiros presos políticos libertados.
González Alfonso é o fundador da revista De Cuba e de uma associação de jornalistas em Havana. Ele também trabalhou como repórter e correspondente em Cuba para a organização Repórteres Sem Fronteiras, conforme o CPJ.
Nota do editor: Essa história foi publicada originalmente no blog de jornalismo nas Américas do Centro Knight, o predecessor do LatAm Journalism Review.