Um juiz solicitou dados pessoais de jornalistas que escrevem sobre a inflação na Argentina desde 2006, informou o diário Clarín.
Na quinta-feira 15 de setembro, o juiz Alejandro Catania enviou uma carta aos principais jornais da Argentina para pedir nome, telefone e endereço de todos os repórteres, redatores e editores envolvidos na produção de matérias sobre o aumento dos preços no país. Catania também analisa denúncias contra economistas argentinos, pela divulgação de números alternativos de inflação, explicou o La Nación.
O secretário de Comércio Interior, Guillermo Moreno, abriu processos contra economistas que estimaram a inflação na Argentina com base em índices alternativos de preços, porque essa prática supostamente seria contra a lei, acrescentou o site iProfesional.com
As consultorias passaram a divulgar números mais altos do que os oficiais em 2007, quando o governo do ex-presidente Néstor Kichner teria começado a intervir no índice de inflação oficial, segundo a Reuters.
Para a Asociación de Entidades Periodísticas Argentinas (Adepa), o pedido da Justiça é uma intimidação e uma censura indireta.
A Argentina registra uma das taxas de inflação mais altas do mundo, mas as cifras oficiais só refletem um terço do aumento real dos preços, de acordo com economistas do país.