O jornalista Hans Francisco Andrade Chávez, ex-apresentador de um noticiário local da filial da América TV em Chepén, província do norte do Peru, foi condenado a dois anos de prisão por uma suposta difamação, informou o Instituto Imprensa e Sociedade (IPYS). Andrade é o segundo caso jornalista peruano condenado por crimes de ofensas à reputação de autoridades em 2011, após a condenação do repórter Paul Garay a três anos de prisão por supostamente difamar um promotor em abril deste ano.
A decisão também obriga Andrade ao pagamento de indenização e multa e se baseia em declarações feitas pela coordenadora de um partido político, Carla Rodríguez Ortiz. Em entrevista feita pelo jornalista, ela acusou Juan José Vásquez, funcionário público do município de Chepén, de ameaçá-la de morte, explicou o jornal La Primera.
Segundo a Associação Nacional de Jornalistas do Peru (ANP), a juíza do caso aceitou como prova uma edição do noticiário onde aparece o apresentador, mas não os entrevistados, e transcrições do programa com manifestações críticas e opiniões sobre a conduta e a imagem de Vásquez, que a ANP considera como exercício legítimo da liberdade de informação e expressão no país, destacou Periodistas en Español.
No Peru, as autoridades utilizam frequentemente leis que tratam de ofensas à imagem para processar jornalistas com base em opiniões emitidas por entrevistados em programas de TV. Em 2010, foram condenados por crime de difamação os jornalistas José Alejandro Godoy, Segundo Carrascal, Fernando Santos Rojas e Enrique Lazo Flores.
Nota do editor: Essa história foi publicada originalmente no blog de jornalismo nas Américas do Centro Knight, o predecessor do LatAm Journalism Review.
