Os dois mexicanos presos sob acusação de terrorismo e sabotagem pela divulgação de boatos no Facebook e no Twitter foram libertados na quarta-feira 21 de setembro, depois de passarem um mês atrás das grades, informou a EFE.
Logo após ser solta, María de Jesús Bravo Pagola, que divulgou boatos sobre ataques a uma escola, disse: "Não fui eu quem ganhou, foi a liberdade de expressão", acrescentou a BBC Mundo.
Conhecidos nas redes sociais como os "#twitterroristas", Bravo, que é comentarista de rádio, e Gilberto Martínez Vera, professor de matemática, consideram processar o governador de Veracruz, Javier Duarte (también usuário do Twitter), e a Procuradoria de Justiça do estado, segundo o site Animal Político.
No mesmo dia em que eles foram libertados, porém, o Congresso de Veracruz aprovou uma proposta do governador para criminalizar a perturbação da ordem pública através de qualquer meio de comunicação de massa. Quem, “por qualquer meio, afirmar falsamente a existência de explosivos, de ataques com armas de fogo ou com substâncias químicas, biológicas ou tóxicas que possam causar dano à saúde, ocasionando a perturbação da ordem pública”, poderá ser punido com prisão (de um a quatro anos) e multa de 500 mil salários mínimos (mais de 2 milhões de dólares), explicou o diário La Jornada.
A aprovação foi criticada nas redes sociais e a proposta, chamada de "inconstitucional". “O que dizer quando, no mesmo dia em que se aprova a #LeyJavierDuarte, há 28 mortes em plena zona turística de Veracruz?”, escreveu no Twitter o jornalista Daniel Moreno, diretor do site Animal Político.
No estado de Tabasco já existe uma lei que castiga a divulgação de boatos. Outros estados, como Coahuila e Estado de México, consideram punir a divulgação de rumores pelas redes sociais.
Veja a conta do Centro Knight no Twitter sobre liberdade de expressão nas redes sociais.