As autoridades mexicanas libertaram o fundador do jornal El Tiempo, Jesús Lemus Barajas, que ficou preso durante três anos sob acusação de manter vínculos com o narcotráfico ao investigar os cartéis de drogas no país, informou a EFE.
Lemus foi detido no dia 7 de maio de 2008 no município de Cuerámaro, no estado de Guanajuato, uma região que tem sem mantido relativamente à margem da violência do narcotráfico, e teve a prisão preventiva decretada uma semana depois. O jornalista foi então transferido para o presídio de segurança máxima de Puente Grande, no estado de Jalisco - prisão normalmente reservada aos chefes do tráfico de drogas. De fato, o líder do cartel de Sinaloa, Joaquín “El Chapo” Guzmán, fugiu dali em 2001.
Segundo a Repórteres Sem Fronteiras (RSF), uma decisão de 11 de maio de 2011 isentou o jornalista de qualquer responsabilidade, afirmando não haver elementos que sequer levantem dúvidas sobre a ligação dele com o narcotráfico e o crime organizado.
"O que fica claro é a sensibilidade do governo a críticas e a determinação das autoridades em aplicar a força do Estado para limitar a liberdade de expressão", disse o jornalista à RSF.
O México é um dos países mais perigosos do mundo para o exercício do jornalismo. Desde 2000, 68 repórteres foram assassinados e 13 continuam desaparecidos.
Other Related Headlines:
» Centro Knight (Traficantes não são únicos responsáveis pela crescente violência contra jornalistas no México, diz relatório)
» Centro Knight (Crime organizado é o principal inimigo da imprensa, diz relatório da Repórteres Sem Fronteiras)
Nota do editor: Essa história foi publicada originalmente no blog de jornalismo nas Américas do Centro Knight, o predecessor do LatAm Journalism Review.