Por Daniel Guerra
A recente saída de Marcus Brauchli da chefia do Washington Post reascendeu a discussão sobre se o jornal deve ou não cobrar pelo acesso ao conteúdo de seu site.
Brauchli, 51 anos, ocupou durante quase quatro o cargo de editor executivo do Post e será substituído por Marty Brown, editor do Boston Globe, até o fim do ano. A administração de Brauchli ficou marcada pelos cortes na equipe e pelo conflito entre ele e Katharine Weymouth.
Como o Poynter já havia destacado, a batalha do Post para se posicionar ou como um jornal local de Washington ou como uma publicação nacional podem ter levado à mudança. O colunista do New York Times David Carr criticou a atitude de Weymouth.
A mudança na equipe do jornal levaram especialistas a questionar se a adoção de um modelo de cobrança pelo conteúdo online poderia reverter a crise financeira enfrentada pela publicação. O Post registrou perdas de 60 milhões de dólares durante os três primeiros trimestres do ano.
Os concorrentes do Post, como o Wall Street Journal, o New York Times e o L.A. Times, já adotaram a cobrança pelo acesso ao site. A Gannet, a maior editora de jornais dos EUA, adotou um modelo de cobrança para seus 80 jornais regionais em fevereiro de 2012. Diversos jornais canadenses também já implantaram os chamados paywalls. Dados divulgados pelo New York Times em outubro de 2012 mostram um aumento dos assinantes da versão digital, apesar da queda na venda de anúncios.
Um paywall para o Washington Post seria apenas uma paliativo, disse Matthew Ingram, do GigaOm. Isso poderia aliviar a situação agora, mas não é uma estratégia de sobrevivência de longo prazo.
Nota do editor: Essa história foi publicada originalmente no blog Jornalismo nas Américas do Centro Knight, o predecessor do LatAm Journalism Review.