Esta notícia foi atualizada com informações da Televisa. Veja abaixo.
Novos documentos encontrados pela polícia da Nicarágua mencionam um alto executivo da rede de TV mexicana Televisa. Os documentos estavam com suspeitos de participar de uma operação de lavagem de dinheiro na qual foram utilizados seis carros com logotipos da rede de TV e 18 mexicanos se apresentaram como funcionários ao cruzar a fronteira entre Nicarágua e Honduras, informou a emissora de rádio Noticias MVS.
A polícia da Nicarágua encontrou uma pasta com documentos timbrados da Televisa que fazem referência a uma pessoas com o sobrenome Narcia Estrada, o mesmo de Amador Narcia Estrada, vice-presidente de notícias da emissora, explicou o diário El Universal. Em sua conta no Twitter, o executivo negou participação no caso.
As autoridades da Nicarágua também informaram que os 18 mexicanos presos vestiam uniformes com a marca da Televisa e apresentaram crachás da poderosa rede de TV, acrescentou a revista Proceso.
Segundo a Noticias MVS, as autoridades da Nicarágua receberam uma ligação anônima sobre o plano de um grupo de mexicanos de prejudicar a imagem do presidente do país, Daniel Ortega, mas acabaram encontrando 9 milhões de dólares escondidos nos equipamentos transportas nos carros com o logotipo da Televisa.
A imprensa mexicana já havia revelado que os seis carros estão registrados em nome da Televisa.
ATUALIZAÇÃO: Em relação a este post, a diretora de comunicação do Grupo Televisa, Regina Moctezuma, contatou o Centro Knight e assegurou que "não há vínculo algum entre os detidos e a Televisa, mas que a empresa foi vítima de uma série de delitos por parte de pessoas que aparentemente formam uma rede de crime organizado”.
Moctezuma destacou os seguintes pontos em relação à investigação:
"1- Desde o momento em que surgiram os acontecimentos na alfândega “Las Manos”, na Nicarágua, a Televisa colaborou com as autoridades mexicanas.
2- Por meio de uma reportagem de investigação transmitida em seu noticiário principal no dia 20 de setembro, Televisa percebeu que:
- As seis caminhonetes confiscadas pelas autoridades nicaraguenses foram compradas por Raquel Alatorre Correa.
- Que posteriormente, de forma ilegal e com ajuda de funcionários da Secretaria de Transportes e Rodovias do Distrito Federal (Setravi), foram registradas indevidamente em nome da Televisa utilizando uma procuração vencida desde 2005. Os funcionários já estão sendo investigados.
3- A Televisa apresentou as denúncias de acontecimentos correspondentes às autoridades mexicanas e nicaraguenses pelos possíveis delitos, como falsificação de documentos, uso indevido de nomes comerciais e/ou logotipos e/ou cores da imagem corporativa da Televisa.
4- A Televisa informou por meio de comunicados de imprensa, apresentou e entregou provas de que:
- Nenhum dos veículos era de sua propriedade ou eram utilizados pela empresa.
- Nenhuma das 18 pessoas detidas na Nicarágua trabalhou na empresa ou prestou serviços de alguma forma.
5- Raquel Alatorre Correa, que se fez passar por Chefe de Informação do grupo de pessoas detidas, também não trabalhou na Televisa e utiliza vários nomes. Como informou a Televisa em seu noticiário principal no último dia 3 de outubro, seu nome verdadeiro é: Juana Raquel Alvarado Torres".
Nota do editor: Essa história foi publicada originalmente no blog de jornalismo nas Américas do Centro Knight, o predecessor do LatAm Journalism Review.