O jornalismo internacional mudou muito nas últimas décadas. Por causa da crise econômica, as empresas de comunicação cortaram gastos com correspondentes no exterior. As novas tecnologias e as mudanças culturais transformaram a mídia global. O jornalista Richard Sambrook analisa as tendências e os desafios da cobertura internacional em um livro publicado pelo Instituto Reuters de Estudos em Jornalismo.
"São desnecessários os correspondentes internacionais?", questiona Sambrook. Segundo ele, embora o papel desses profissionais tenha mudado, eles ainda são relevantes.
A agência EFE resumiu as tendência e os desafios da cobertura internacional apontados por Sambrook em seu livro:
-Mais oportunidades para profissionais locais freelancers;
-Mais diversidade entre os correspondentes internacionais, tanto em relação ao sexo, como à etnia e à formação cultural;
-Necessidade de que os correspondentes dominem o idioma do país em que trabalham, no lugar da contratação de tradutores;
-O trabalho muitas vezes não estará mais circunscrito a uma região geográfica. A tendência é de que haja uma especialização em temas.
O veterano correspondente Mort Rosenblum também lançou recentemente o livro "Um pequeno grupo de loucos: Elementos da reportagem global", no qual manifesta seu pessimismo em relação à cobertura internacional.
Organizações internacionais também se preocupam com a situação do jornalismo internacional. Carroll Bogert escreveu para a Human Rights Watch sobre o impacto das mudanças na cobertura sobre as ONGs: "Os correspondentes sempre foram um canal importante de divulgação para as ONGs internacionais. A diminuição da cobertura internacional é uma ameaça à eficiência das organizações. Porém, as mudanças não têm só consequências negativas. A situação também oferece oportunidades a quem se esforça para divulgar as informações".
Nota do editor: Essa história foi publicada originalmente no blog de jornalismo nas Américas do Centro Knight, o predecessor do LatAm Journalism Review.