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Polícia faz guarda de instalações do Canal 12 na Nicarágua e inspeciona funcionários

Em 24 de janeiro o meio nicaraguense Canal 12 amanheceu rodeado por policiais de choque e mais de trinta agentes policiais de boina vermelha, informou o Artículo 66.

Os oficiais de polícia revistaram os trabalhadores que entravam no canal, pedindo que eles apresentassem documentos de identidade, informou o portal Confidencial. Além disso, perguntaram quanto tempo trabalhavam no meio e se portavam armas, segundo o site.

Os jornalistas do Canal 12 responsabilizaram a Polícia da Nicarágua por “qualquer coisa” que aconteça a eles, publicou o La Tribuna.

Edison Lanza, Relator Especial para a Liberdade de Expressão da Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), disse pelo Twitter que o assédio ao Canal 12 é outra mostra de que o governo da Nicarágua “violenta a liberdade de expressão de modo sistemático”.

Paulo Abrao, Secretário Executivo da CIDH, também condenou pelo Twitter o assédio ao Canal 12. “O Governo continua violando direitos e liberdades básicas de expressão inerentes ao Estado de Direito”, destacou.

Na terça-feira, 22 de janeiro, informou o Confidencial, o Instituto de Telecomunicações e Correios (Telcor) notificou verbalmente o Canal 12 que devia deixar de transmitir os programas de debate e entrevistas “Danilo Lacayo en Vivo”, “Esta Noche” e “Esta Semana”, todos dirigidos pelo jornalista Carlos Fernando Chamorro.

Entretanto, na quarta-feira, 23 de janeiro, a entidade reguladora se retificou e argumentou que as informações sobre este suposto ato de censura por parte do Telcor eram fake news para prejudicar o governo, publicou o Confidencial.

Chamorro é o fundador e diretor da revista e do portal de jornalismo independente Confidencial, cuja redação foi invadida e ocupada pela polícia em 21 de dezembro. Recentemente, ele se exilou na  Costa Rica, segundo anunciou em 20 de janeiro.

“É um sinal positivo esta retificação”, disse Chamorro em uma live de Facebook no perfil da Confidencial. "Esperamos que o governo retifique totalmente todos os abusos e a escalada repressiva que desencadeou contra a imprensa independente, começando com a libertação dos jornalistas Miguel Mora e Lucía Pineda, que deveriam ser libertados", exigiu.

Chamorro também pediu ao governo que cessasse a ocupação militar do 100% Noticias, as redações de Confidencial e Esta Semana, e que pare os ataques contra outras mídias independentes, que vem causando o exílio de mais de 50 jornalistas.

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