Depois de indiciar um jornalista por não revelar suas fontes e publicar escutas telefônicas mantidas em segredo de Justiça no Diário da Região, de São José do Rio Preto, a Polícia Federal (PF) disse que indiciará também o editor do mesmo periódico, Informou a Folha de S. Paulo.
De acordo com o delegado, o procurador Álvaro Stipp pediu o indiciamento do editor porque ele teria autorizado a divulgação das reportagens com os dados sigilosos.
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Marco Aurélio reprovou a atitude da PF, segundo o site Consultor Jurídico. Para ele, o jornalista não deveria ser penalizado por ter acesso à notícia. “Se há responsabilidade, é daquele que quebrou o sigilo”, comentou.
Em nota divulgada nesta quarta-feira, 6 de julho, a Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) declarou também ser contra a ação da PF. "A Abraji lamenta e condena a interpretação da Polícia Federal e do Ministério Público. Trata-se de uma afronta à Constituição de 1988 num flagrante desrespeito ao exercício profissional de jornalismo e um atentado à liberdade de expressão no país."
A Associação Brasileira de Imprensa (ABI) enviou ofício ao ministro da Justiça José Eduardo Cardozo pedindo que ele intervenha no caso e “determine à Polícia Federal que respeite a Constituição da República”, segundo informações do Diário da Região.
Nota do editor: Essa história foi publicada originalmente no blog de jornalismo nas Américas do Centro Knight, o predecessor do LatAm Journalism Review.