Mais de 20 policiais armados vasculharam a redação de uma emissora privada de TV em Porto de Espanha, capital de Trinidad e Tobago, denunciou o Instituto Internacional de Imprensa (IPI).
Segundo a imprensa do país, a polícia invadiu a redação da Caribbean Communications Network Television 6 (CCN) para cumprir um mandato de busca e apreensão de um vídeo com imagens do suposto estupro de uma menina de 13 anos e deficiente mental, informou o diário Newsday. A emissora pode ter descumprido a lei de Agressões Sexuais ao transmitir as imagens em outubro passado, durante o controverso programa Crime Watch, do repórter Ian Alleyne. O jornalista se desculpou e foi temporariamente suspenso, acrescentou o Guardian.
Shida Bolai, diretora da emissora, disse que a TV está cooperando com a polícia e que considera preocupante e desnecessário o uso da força, de acordo com o diário Trinidad Express.
“Estamos muito decepcionados com o fato de as autoridades decidirem enviar quase 25 policiais armados à redação da CNN para buscar um vídeo que poderem ter conseguido simplesmente pedindo. Essas ações inevitavelmente têm um efeito ameaçador sobre a liberdade de imprensa e exigimos do governo que tome as medidas necessárias para garantir que o uso desproporcional da força não vire um hábito”, disse Alison Bethel McKenzie, diretor-executivo do IPI.
Após o incidente, Mervyn Richardson, subchefe da polícia, disse estar escandalizado com o número de homens que invadiram a redação da emissora e negou que as ações da polícia tenham sido um ataque à imprensa, segundo a rádio WACK 90.1 FM.