"Acabo de dar asilo ao jornalista do diário El Universo Carlos Pérez Barriga, condenado a 3 anos de prisão e ao pagamento de multa de 40 milhões no Equador", escreveu o presidente do Panamá, Ricardo Martinelli, em sua conta no Twitter, no dia 16 de fevereiro de 2012, informou a organização equatoriana Fundamedios.
Os irmãos de Pérez, César e Nicolás, que também são donos do jornal El Universo, estão nos Estados Unidos e não pretendem voltar para o Equador por medo, informou o diário peruano La República. Emilio Palacio, o jornalista responsável pelo editorial que levou o presidente equatoriano Rafael Correa a processar o El Universo por calúnia, também está nos Estados Unidos, onde aguarda seu pedido de asilo.
A vitória do presidente equatoriano no processo contra o El Universo foi mundialmente criticada por organizações de defesa da liberdade de expressão. A condenação “representa um sério golpe contra a liberdade de expressão e um retrocesso para a democracia”, argumentou o Comitê para a Proteção dos Jornalistas (CPJ). A Repórteres Sem Fronteiras considerou a sentença um “revés catastrófico para a liberdade de expressão”. Já a Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP) falou em “grave atentado contra a liberdade de imprensa”.
Enquanto isso, no Equador, centenas de pessoas marcharam para pedir liberdade de expressão e para demostrar seu descontentamento com a condenação do El Universo, informou o próprio jornal. Funcionários do El Universo se vestiram de preto, em sinal de luto, e taparam a boca com mordaças, em referência à tentativa de calar a imprensa do país, acrescentou o El Comercio.