O julgamento de dois jornalistas equatorianos por difamação continuará, apesar de o presidente do Equador, Rafael Correa, autor do processo, ter desistido da ação, informou a Fundamedios.
Os jornalistas Juan Carlos Calderón e Christian Zurita, autores do livro “O Grande Irmão”, foram condenados a pagar dois milhões de dólares a Correa por danos morais em fevereiro passado, como informou o Centro Knight para o Jornalismo nas Américas.
Após receber duras críticas, o presidente equatoriano decidiu "perdoar" os dois jornalistas, assim como os diretor e um ex-editorialista do jornal El Universo, também processados pelo mandatário e condenados a três anos de prisão e a pagar uma multa de 40 milhões de dólares.
De acordo com a Agência Pública de Notícias do Equador e da América do Sul (Andes), o processo não pode ser arquivado porque “o 'perdão' não dá fim à ação”.
Segundo o advogado dos jornalistas, Ramiro Aguilar, os advogados do presidente sabiam que o processo seguiria. “Está em jogo a palavra do presidente, mas os fatos mostram que a posição do mandatário foi a de lançar mão de um recurso no qual nós não iríamos cair”, disse Aguilar, segundo o El Comercio.