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Quatro jornalistas mulheres ganham Prêmio Cabot 2025 por reportagens ousadas nas Américas

Jornalistas que cobrem o Caribe, investigam crimes e corrupção regionais e treinam a próxima geração de repórteres são as ganhadoras das Medalhas de Ouro do Prêmio Maria Moors Cabot de 2025.

Esta é a segunda vez na história do prêmio que todas as quatro medalhistas são mulheres, de acordo com a Escola de Jornalismo de Columbia, que concede o prêmio.

As medalhistas de ouro deste ano são Nora Gámez Torres, correspondente do Miami Herald e do Nuevo Herald nos Estados Unidos; Omaya Sosa Pascual, cofundadora do Centro de Jornalismo Investigativo (CPI, na sigla em espanhol) de Porto Rico; a jornalista mexicana Isabella Cota, do Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos (ICIJ); e Natália Viana, cofundadora da Agência Pública do Brasil.

Four headshots

No sentido horário, a partir do canto superior esquerdo: Nora Gámez Torres, Omaya Sosa Pascual, Natalia Viana e Isabella Cota. (Foto: Escola de Jornalismo de Columbia)

 

Além disso, a jornalista investigativa peruana Paola Ugaz e o cofundador da Fundação Gabo, Jaime Abello Banfi, foram homenageados com Menções Honrosas.

Fundados em 1938, o Prêmio Cabot reconhecem repórteres e organizações de mídia de destaque nas Américas. As medalhistas de ouro receberão um prêmio de US$5 mil no dia 8 de outubro na Universidade de Columbia.

"Neste momento desafiador para a imprensa nas Américas, o júri do Cabot selecionou um grupo verdadeiramente extraordinário e corajoso de inovadores do jornalismo para homenagear com medalhas de ouro e menções honrosas", disse Rosental Alves, presidente do júri do Cabot e diretor do Centro Knight para o Jornalismo nas Américas, que publica a LatAm Journalism Review (LJR).

As vencedoras

Gámez Torres cobre Cuba para o Miami Herald e seu jornal irmão em espanhol, o El Nuevo Herald. O júri do Prêmio Cabot a chamou de "a voz mais influente sobre a nação insular na mídia americana", já que ela informa pessoas dentro e fora de Cuba.

"Foi um privilégio trabalhar no Miami Herald e no El Nuevo Herald, cobrindo uma década histórica para as relações EUA/Cuba e mantendo os cubano-americanos (e cubanos!) informados sobre o que está acontecendo na ilha", escreveu ela no LinkedIn depois que o prêmio foi anunciado.

Sosa Pascual cofundou o CPI, um centro de jornalismo investigativo sem fins lucrativos em Porto Rico, em 2007, e desde então fez revelações significativas, incluindo corrupção governamental, o número de mortos pelo furacão Maria em 2017 e irregularidades eleitorais, disse o júri. Também foi reconhecida por seus esforços para treinar jornalistas no Caribe e na América Latina.

A reportagem investigativa de Cota sobre corrupção política e crimes financeiros na América Latina para veículos de comunicação de todo o mundo foi destacada pelo júri, que disse que ela tem "um olhar atento para as pessoas comuns afetadas por políticas econômicas e falhas de segurança".

"Dizer que este é um sonho tornado realidade é pouco", postou Cota no LinkedIn.

Viana é jornalista investigativa, instrutora e empreendedora de comunicação no Brasil. O júri reconheceu seu trabalho em diversos meios: "Ela leva suas matérias da página para o podcast, expandindo tanto seu alcance quanto sua capacidade de conscientizar". O júri também reconheceu seu papel como cofundadora e coeditora do veículo de comunicação sem fins lucrativos Agência Pública, que realizou investigações marcantes sobre corrupção no Brasil.

Headshots of two people

Special citations for the Cabot Prizes went to Paola Ugaz and Jaime Abello. (Photos: Columbia Journalism School)

Ugaz, ganhadora de uma Menção Honrosa, tem sido alvo de assédio e ações judiciais por investigar abusos no Sodalício de Vida Cristã, um movimento religioso fundado no Peru. Por causa de suas reportagens, que ela realizou com o colega Pedro Salinas, o Papa Francisco aboliu o Sodalício em um de seus últimos decretos.

Abello, ganhador de outra Menção Honrosa, cofundou a Fundação Gabo (anteriormente Fundação para o Novo Jornalismo Ibero-Americano) em 1995 na Colômbia. Ao longo dos anos, a fundação "beneficiou milhares de jornalistas em toda a América Latina" por meio de workshops, conferências, prêmios e publicações, disse o júri.



Traduzido por Marta Szpacenkopf
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