O repórter Andrei Netto, correspondente do jornal O Estado de São Paulo na Líbia, foi libertado hoje e deve voltar amanhã à Paris, onde mora, informou o jornal. Ele está abrigado na casa do embaixador brasileiro em Trípoli, George Ney Fernandes. O jornalista esteve preso por oito dias na cidade de Sabrata, a 60 km da capital, após ter sido capturado por tropas leais a Muamar Kadafi.
Netto estava na Líbia desde 19 de fevereiro. A redação do Estado havia perdido o contato direto com o repórter na quarta-feira passada (02/03), dia em que teria sido abordado e preso. Antes de ser levado, o repórter recebeu uma coronhada e teve o rosto coberto por um capuz, segundo o Grupo Estado.
Desde que soube, no último dia 7, que o repórter poderia estar preso, o Estado passou a acionar diversas entidades internacionais, como o Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV), a ONU e a ONG Repórteres Sem Fronteiras (RSF), além do governo brasileiro, a Embaixada da Líbia no Brasil,e vários veículos de comunicação nacionais e internacionais para buscar garantir a integridade física e segurança do repórter.
Em nota oficial, a presidente Dilma Rousseff havia determinado ao ministro interino de Relações Exteriores, Ruy Nogueira, “providências urgentes” para conseguir a libertação do repórter brasileiro.
De acordo com o jornal britânico The Guardian, seu correspondente Ghaith Abdul-Ahad estava junto com Netto e continua sob custódia do governo libanês. O repórter brasileiro não sabe onde o inglês está neste momento.
Casos de agressão ou desaparecimento de jornalistas se tornaram mais frequentes desde que os levantes no mundo árabe começaram.
Este blog é produzido pelo Centro Knight para o Jornalismo nas Américas, na Universidade do Texas em Austin, e financiado pela John S. and James L. Knight Foundation
Nota do editor: Essa história foi publicada originalmente no blog de jornalismo nas Américas do Centro Knight, o predecessor do LatAm Journalism Review.