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Site de notícias brasileiro adota regras para o uso das redes sociais por jornalistas

Seguindo a tendência de veículos internacionais, o site de notícias UOL divulgou aos seus jornalistas normas para o uso de redes sociais, de acordo com o blog Liberdade Digital.

As recomendações se assemelham às já adotadas por empresas de notícias como BloombergWashington Post e Reuters: os jornalistas devem evitar manifestações partidárias e políticas, antecipar reportagens ainda não publicadas ou divulgar bastidores da redação e emitir juízos que comprometam a independência ou prejudiquem a imagem do site.

Segundo um repórter do UOL, os jornalistas estão tuitando menos desde que as diretrizes foram divulgadas. “As pessoas estão tuitando bem menos. Alguns cogitam deletar seus perfis, porque não dá pra confiar na interpretação que cada um pode fazer”, afirmou, citado pelo Comunique-se.

TV Record também aprovou recentemente diretrizes sobre mídia social para seus repórteres, noticiou o colunista Flávio Ricco. Em comunicado, a emissora alertou que os comentários dos jornalistas nesses espaços não devem entrar “em contradição com a sua atuação profissional e suas responsabilidades ou com os princípios da empresa”. E ressaltou também que “os juízos de valor sobre produtos da casa ou da concorrência são passíveis de avaliação à luz de sua afiliação à Rede Record e não apenas como opiniões individuais”.

Para o Sindicato dos Jornalistas Profissionais de São Paulo, as regras emitidas por empresas de comunicação sobre uso das redes sociais amordaçam os profissionais. "Esta semana, várias empresas divulgaram normas de uso destes instrumentos que se assemelham à censura", declarou em nota.

Outros veículos brasileiros como a Folha de S. Paulo e a TV Globo já contam com normas próprias para o uso das redes sociais desde 2009, como informa o IDG Now. Apesar disso, casos de demissão de jornalistas por comentários em redes sociais continuam a ocorrer, como mostra o perfil do Centro Knight sobre liberdade de expressão nas redes sociais.

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Nota do editor: Essa história foi publicada originalmente no blog de jornalismo nas Américas do Centro Knight, o predecessor do LatAm Journalism Review.

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