Para impedir a circulação do diário panamenho La Prensa, um grupo de trabalhadores bloqueou as instalações do veículo de comunicação na madrugada de sexta-feira, 3 de agosto, informou a mesma publicação.
Os trabalhadores da construtora Transcaribe Trading (TCT) impediram o acesso ao jornal usando vinte caminhões de reboque por umas três horas depois que o periódico publicou sobre contratos irregulares entre a empresa e o Ministério de Obras Públicas, de acordo com a Sociedade Interamericana de Imprensa.
A Polícia Nacional foi ao local dos fatos, mas disse que não poderia remover os caminhões, pois eram de propriedade privada. Funcionários públicos do Panamá, como o vice-presidente Juan Carlos Varela, um deputado e a presidente do Colegio Nacional de Periodistas, Grisell Bethancourt, foram ao local para repudiar o bloqueio à publicação e exigir a retirada dos caminhões, informou Radio Panamá.
Vários dos assistentes que buscavam mediar a situação realizaram uma corrente humana para permitir a liberação dos primeiros exemplares do Mi Diario até a chegada do presidente do Panamá, Ricardo Martinelli, que finalmente ordenou a retirada dos caminhões e qualificou os atos como “deploráveis”, de acordo com La Prensa.
O empresário Roberto Eisenmann Jr., fundador do La Prensa, culpou o presidente Martinelli dol bloqueio e o acusou de ser o verdadeiro proprietário da construtora. O Ministro de Obras Públicas, Federico Suárez, negou as acusações e os empregados da TCT ameaçaram continuar com esse tipo de represália até que o jornal publique sua versão, de acordo com La Prensa.
As “represálias contra meios e jornalistas em razão de suas denúncias de interesse público, assim como as restrições à circulação física dos meios e suas informações, são violações severas à liberdade de imprensa e ao direito do público à informação”, assegurou o presidente da Comissão de Liberdade de Imprensa e Informação da SIP, Gustavo Mohme, noticiou a agência EFE.
Nota do editor: Essa história foi publicada originalmente no blog de jornalismo nas Américas do Centro Knight, o predecessor do LatAm Journalism Review.
