"Eles não têm uma redação ou grandes equipamentos de produção. Combinam fórmulas do jornalismo tradicional com novas formas de contar o que está acontecendo em sua localidade. Não têm um roteiro, porque com o tempo aprenderam empiricamente o que funciona para uma comunicação eficaz. Na rua, são conhecidos por seus vizinhos e seguidores. Seu ponto de vista é o de uma testemunha de primeira mão dos acontecimentos. Embora alguns tenham recebido formação acadêmica ou técnica, na prática eles questionam a dogmática da objetividade na profissão. Alguns veem seu trabalho como um serviço social, outros como ativismo ou mesmo militância. Sua vantagem é sua proximidade com as notícias. Sua audácia é empreender um projeto, na maioria das vezes um projeto de uma pessoa, para compensar a falta de informação em um país onde um terço dos municípios não tem mídia local. Sua desvantagem é o resultado desta condição, pois a mesma notoriedade que faz deles as únicas vozes que monitoram e desafiam o poder local pode colocá-los em risco, especialmente nas áreas mais conflituosas do país. Este é um novo tipo de jornalista que, na esteira da transformação da indústria jornalística, exerce liderança social em seu território."