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'Cultura de silêncio' ameaça a liberdade de imprensa em El Salvador sob a presidência de Bukele, afirmam organizações

Desde que o presidente de El Salvador, Nayib Bukele, declarou o estado de exceção em março de 2022, jornalistas locais e organizações de direitos humanos têm expressado preocupação com o fato de o mandatário ter prorrogado repetidamente o estado de exceção, em uma suposta tentativa de silenciar sistematicamente a dissidência e desmantelar a liberdade de imprensa. A Associação Salvadorenha de Jornalistas (Apes) documentou 311 agressões — incluindo assédio, doxxing, ameaças e criminalização — contra jornalistas em 2023; nos primeiros nove meses de 2024, registrou mais 165 agressões.

Paralelamente, em uma missão de investigação realizada no país em setembro para avaliar o estado de deterioração do jornalismo independente, o Comitê para a Proteção dos Jornalistas (CPJ) e a Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP) constataram que jornalistas em El Salvador estão sendo alvo de processos e auditorias, e ao menos um foi detido, enquanto as famílias de outros foram alvo de ataques. Eles também verificaram que alguns jornalistas estão sendo vigiados e que o governo restringe o acesso à informação.

Jornalistas e meios de comunicação enfrentam constantes ataques nas redes sociais, inclusive por parte do próprio Bukele, e as jornalistas mulheres são especialmente vulneráveis a ameaças de morte e violência sexual por parte de seus apoiadores. Além disso, a autocensura está se espalhando pela imprensa, e muitos jornalistas optam por ocultar seus nomes nos artigos ou abandonar a profissão por medo de represálias contra si ou suas famílias. Pelo menos quatro jornalistas fugiram do país devido ao assédio constante, informaram as organizações.

Leia a notícia original (em inglês)

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