“Em janeiro passado, o Palácio do Governo [do Peru] convocou alguns sindicatos jornalísticos para desenvolver um ‘Protocolo’ para regularizar a cobertura jornalística durante manifestações, em meio a vários ataques policiais contra repórteres. Alguns jornalistas não compareceram, outros se retiraram durante a sessão e poucos continuaram lá. Mas a publicação do documento no jornal El Peruano caiu como um balde de água fria sobre estes últimos, porque suas propostas foram ignoradas. O Ministério do Interior publicou o documento unilateralmente.
O protocolo para a cobertura jornalística nos protestos contra o governo de Dina Boluarte, publicado ontem [primeiro de março] no jornal oficial El Peruano, não inclui as observações levantadas pelas instituições de jornalistas que atenderam à convocação do Palácio do Governo para a sua elaboração, e portanto não é considerado por aqueles como um documento de 'consenso'.
Uma primeira crítica aponta para o próprio título do documento, ao classificar o que deveria ser chamado simplesmente de ‘protesto’ de ‘perturbações à ordem pública’.
Em seguida, questionam o ponto 8.2.5., que estabelece onde devem se localizar oos jornalistas que cobrem manifestações violentas, e que adverte que 'se as instruções dadas pela Polícia Nacional não forem cumpridas, caso haja algum impacto na integridade física dos jornalistas ou comunicadores, esse será de sua responsabilidade, deixando de lado o dever do Estado de proteger o trabalho jornalístico”.
