"Em 2022, ano de uma das eleições mais acirradas do Brasil, a Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) registrou 557 casos de agressão contra profissionais da imprensa, 26% envolvendo algum tipo – mais ou menos explícito – de violência de gênero. Desse grupo, 5% foram categorizados como episódios de violência sexual, tendo 57,1% se passado na internet. Os dados são do monitoramento de ataques gerais e violência de gênero contra a imprensa feito pela Abraji, em parceria com a rede latino-americana Voces del Sur (VdS).
No ano passado, o monitoramento registrou como violência sexual ameaças de estupro e casos de importunação e assédio on-line e off-line. Foram sete episódios do tipo ao longo de 2022 – isso significa que, em sete situações diferentes, jornalistas foram vítimas de agressões com caráter sexual enquanto tentavam fazer seu trabalho.
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Dados da Abraji mostram que 97% das agressões de gênero registradas em 2022 vitimaram mulheres, cis e trans, e 58,2% tiveram origem ou repercussão na internet. [...] Todas as vítimas de agressões sexuais identificadas no ano passado são mulheres."